RJ não serve de exemplo para segurança pública, afirma Haddad
Petista prometeu fundir secretarias relacionadas à área, se for eleito
O ex-prefeito paulistano e candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, criticou nesta 4ª feira (19.out) a proposta do adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de acabar com Secretaria da Segurança Pública (SSP) dando ao chefe da Polícia Civil e ao comandante da Polícia Militar o status de secretário, o mesmo modelo do Rio de Janeiro.
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"Agora ele está falando que vai importar o modelo de segurança pública do Rio de Janeiro para cá?! Se tem um estado que não serve de exemplo para segurança pública, é o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro tem muitas coisas boas, que pode servir de exemplo. A segurança pública não é uma delas. Mas como ele é de lá e vem da experiência do [ex-prefeito carioca Marcelo] Crivella, ele quer trazer para cá o modelo que não vai funcionar", afirmou o petista, em entrevista a jornalistas. A proposta de Tarcísio foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Questionado pelo SBT News sobre qual modelo de gestão pretende implantar, caso eleito, para a segurança pública no estado, Haddad disse que fundirá a Secretaria de Administração Penitenciária com a SSP. "Vão ser uma só. Vou fazer um modelo de integração da Polícia Militar com a Polícia Civil. Hoje o comando da Polícia Militar e o da Polícia Civil estão distantes do governador. Você tem um secretário, um secretário. Eu não quero isso. Eu quero que tanto o delegado geral quanto o comandante estejam diretamente associados a um secretário, e esse secretário vai reportar as tarefas que eu determinar a mim, diretamente a mim", complementou.
Ainda falando aos jornalistas, afirmou que Tarcísio está "errado" ao desejar dar status de secretário aos líderes da Civil e da Militar. "Ele vai promover a desintegração definitiva das duas polícias", acrescentou. O petista prometeu ainda ampliar o número de câmeras em uniformes de policiais militares.
"Forçação de barra"
Outro assunto abordado por Haddad foi a troca de tiros em Paraisópolis que interrompeu uma agenda de Tarcísio. De acordo com ele, a partir do episódio, "houve uma forçação de barra dos bolsonaristas de querer dizer que o Tarcísio, que ninguém conhece, sofreu um atentado". "Primeiro as pessoas precisam conhecer o Tarcísio, nem conhece. Segundo que ele nem tinha agenda em Paraisópolis, aquilo foi uma decisão de última hora. Então querer explorar aquele incidente como uma coisa política é uma coisa vil, típica do bolsonarismo", atacou.
Carta aos evangélicos
Haddad classificou como "importante" a divulgação de uma carta aos evangélicos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda segundo ele, foi "uma coisa de estadista. Não de usar a religião em proveito próprio. Uma coisa que um chefe de Estado tem a obrigação de fazer. Confortar os eleitores sobre um tema que está sendo objeto de discórdia por parte da campanha adversária".
Conforme o candidato a governador de São Paulo, "se cada um de nós respeitar a crença um do outro e tomar a religião como uma coisa de foro íntimo, protegida pela Constituição, ótimo, nós vamos viver felizes e vamos construir uma nação próspera para todo mundo".
Região do Alto Tietê
Falando sobre propostas para a região do Alto Tietê, disse que tem prevista a construção de mais uma estação de trem em Mogi das Cruzes e pretende fazer o trem chegar a Bonsucesso e Pimentas, em Guarulhos, se eleito. Prometeu também completar o trecho norte do Rodoanel.
Ainda de acordo com Haddad, é preciso associar a indústria do turismo do Alto Tietê "com a questão ambiental". "Nós podemos fazer daqui um grande polo turístico se a gente preservar o meio ambiente. Em Mogi das Cruzes, nós temos a intenção de criar um polo industrial. A cidade está preparada para ter novas indústrias. O que está impedindo é a guerra fiscal. São Paulo está com os impostos muito altos, Minas Gerais está com imposto baixo, o empresário opta por criar a empresa lá".
O petista pretende atuar para compatibilizar os tributos criados no território paulista com o resto do país, se chegar ao Palácio dos Bandeirantes, pois, assim, em suas palavras, "a empresa vai preferir São Paulo, que tem a melhor logística, que tem a força de trabalho mais bem capacitada".
Acesso gratuito ao transporte
Haddad defendeu a implementação de passe livre para a população de baixa renda no transporte público, no dia das eleições. "Uma pessoa não pode deixar de votar porque não tem dinheiro para a passagem. Se eu fosse o prefeito de São Paulo, as pessoas iriam circular gratuitamente no domingo", completou.