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Eleições

Lula faz comício na Baixada Fluminense mirando reverter desvantagem na região

No 1º turno, o petista perdeu nos 13 municípios da área, que tem cerca de 2,8 milhões de eleitores

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Lula e apoiadora
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O candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cumpriu agenda nesta 3ª feira (11.out) em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. O petista tenta reverter a vantagem que o adversário Jair Bolsonaro (PL) alcançou no primeiro turno das eleições. O presidente que tenta a reeleição venceu nos 13 municípios da região, que conta com cerca de 2,8 milhões de eleitores. De olho na Baixada, que pode ser o fiel da balança no segundo turno do Rio de Janeiro, Lula participou de uma caminhada pelo bairro Areia Branca no fim da tarde. Em seguida, fez comício em um clube no bairro de Heliópolis.

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Ao longo da caminhada em carro aberto, antes de subir ao palaque, o petista discursou aos apoiadores. Voltou a repetir que pretende retomar o Minha Casa Minha Vida e incentivar a indústria naval fluminense. O ex-presidente afirmou ainda que pretende investir em programas de inclusão social e no setor cultural.

"Vocês se lembram que o Rio de Janeiro gerava emprego, recuperou os estaleiros, teve mais universidades, escolas técnicas. Vamos voltar o Minha Casa Minha Vida para o povo mais humilde. Investir na indústria naval para a geração de empregos para o povo do Rio de Janeiro", disse Lula. 

O candidato prometeu investimentos e parceria com os governos locais. "Vamos tratar as cidades como parceiras. Não é possível o Brasil estar bem se a cidade não está bem. Os prefeitos têm que ser muito respeitados. É com o prefeito que a gente tem que trabalhar", afirmou.

Novo tom

Lula mudou o tom da campanha, acatando uma sugestão da recente aliada Simone Tebet (MDB). O presidenciável, a esposa Rosângela da Silva, a Janja, e os apoiadores que estavam na linha de frente da campanha, deixaram o vermelho de lado e usaram camisetas brancas. A medida foi para tentar conter a rejeição associada ao partido.

Militantes que acompanharam a caminhada exibiam as tradicionais bandeiras e camisetas vermelhas, mas todos no carro optaram pelo branco. 

Desde a caminhada ao palanque, Lula contou com nomes de peso. Esteve ao lado de lideranças políticas do estado, como o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD); o deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), André Ceciliano (PT); e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União Brasil), que também é presidente estadual da legenda no Rio. Waguinho e a mulher, Daniela do Waguinho (União) -- a deputada federal mais votada no RJ nas eleições deste ano -- foram os anfitriões do ato político. 

Religião e voto

Waguinho, que é evangélico, foi o responsável por fazer a ponte entre Lula e líderes religiosos do Rio. O político que comanda uma das principais cidades da Baixada Fluminense, antes de declarar apoio a Lula, chegou a conversar com Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Após ter se pocisionado como aliado do petista, o prefeito de Belford Roxo afirmou que tem recebido ameaças, mas ainda assim subiu ao palco para pedir votos ao ex-presidente.

"Vamos derrotar o governo ditador que está no Brasil e trazer de volta a democracia. O direito a cada um de escolher a religião que quer. O direito a cada um de escolher a orientação sexual que quer", disse, ovacionado pelos presentes no comício.

O prefeito cobrou um estado laico e condenou a exploração da fé na campanha do candidato adversário. Chamou atenção para o que classificou de "lavagem cerebral que estão tentando fazer na cabeça dos evangélicos". 

"Nós não devemos misturar a questão religiosa que eles estão querendo fazer uma confusão na cabeça dos evangélicos. Nós não podemos misturar a questão religiosa com a governabilidade, não. Temos que cumprir tudo o que a Constituição determina para levar a dignidade humana aos brasileiros", afirmou Waguinho. 

"Nosso estado é laico, a política não está aqui para discutir religião. A politica foi feita para cumprir o que está nas nossas leis e levar dignidade a todos os cidadãos da nossa nação", acrescentou o político. 

Ao lado de Janja, no palco, Lula discursa e agradece apoio à Waguinho e a esposa dele, Daniela | Reprodução

Em resposta ao aliado, Lula discursou defendendo o amor, a união e a democracia. Chamou atenção para o diálogo e o fortalecimento de programas sociais. Repetiu que vai construir novas moradias populares e alfinetou Bolsonaro.

"No meu tempo, só na cidade do Rio de Janeiro, nós contratamos 83 mil casas, no tempo de Eduardo Paes. Ele inventou uma tal de Casa Verde e Amarela. Quem é que já viu? Eu vou voltar a fazer o Minha Casa Minha Vida e vocês podem pintar da cor que vocês quiserem. Eu desafio alguém que vai votar no Bolsonaro a encontrar pelo menos um tijolo que ele colocou nesta cidade", afirmou Lula.

De olho nos votos do terceiro colégio eleitoral do país, o petista exaltou os programas de governo que beneficiaram o estado do Rio de Janeiro. Levantou números nas áreas da saúde, infraestrutura, educação e moradia. 

"Não é possível a gente governar com a inteligência da cabeça, é preciso a gente colocar o sentimento e a inteligência do nosso coração para poder aprender a tratar das pessoas mais humildes, mais necessitadas, das pessoas que não tiveram oportunidade. Esse país precisa de amor e não de ódio, precisa de emprego e não de sofrimento."

Em aceno aos evangélicos, Lula repetiu os feitos de seu governo em defesa da liberdade religiosa e cobrou postura de seus adversários -- chamados de mentirosos.

"E para os menirosos que utilizam Deus para contar mentira, eles estão comentendo um pecado, porque eles sabem que quem regulamentou a liberdade de religião fui eu em 2003. Eles sabem que quem criou o dia da Marcha para Jesus fui eu. Então não minta porque Deus está vendo", disparou o petista.

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