Fome e polarização dominam primeiro dia dos presidenciáveis no rádio
Inserções dos candidatos ao Planalto começaram a ser veiculadas neste sábado; à tarde, é a vez da TV
Discursos sobre o momento econômico do Brasil e sobre a polarização do país dominaram o primeiro horário eleitoral de candidatos à Presidência no rádio, na manhã deste sábado (27.ago).
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Na inserção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os narradores afirmaram que o litro do leite está mais caro do que o da gasolina e disseram ter "pesadelos" com o barulho do caixa do supermercado. O petista celebrou a volta à disputa eleitoral, mas apontou que "a alegria só não é completa porque, neste exato momento, milhões de irmãs e irmãos brasileiros não têm o que comer". Sem mencionar o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), questionou: "Como pode um governante não se importar com o sofrimento de tanta gente?".
Candidato à reeleição, Bolsonaro apostou em um ator narrador interpretando um nordestino com sotaque acentuado para tentar buscar a empatia de eleitores da região -- onde Lula lidera com maior margem as pesquisas de intenção de voto -- e uma sudestina do interior, no intuito de avançar sobre o eleitorado de fora das capitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais -- os maiores colégios eleitorais do país. O presidente não fez uma gravação específica para a inserção, que resgatou falas suas na convenção do PL sobre o impacto da pandemia de covid-19 na economia: "Eu falei 'vamos combater o vírus e também fazer com que a nossa economia não seja destruída'". O Auxílio Brasil de R$ 600 e o lema 'Deus, pátria, família' também foram relembrados.
Outros candidatos
Ciro Gomes (PDT) defendeu a criação de uma renda mínima de R$ 1.000, além de uma lei para impedir que bancos cobrem mais que o dobro do valor de um empréstimo. "O que eu quero é isso: criar um Brasil onde ninguém fica para trás, e que coloca os mais pobres na frente", disse.
Simone Tebet (MDB) fez um discurso ressaltando as dificuldades que enfrentou por ser mulher: "Tudo é mais difícil. Disseram que eu não conseguiria ser candidata à Presidência". Também defendeu ser "possível fazer diferente" e apostou no jingle "eles não, ela sim", em referência a Lula e Bolsonaro.
Soraya Thronicke (União Brasil) também mencionou a polarização entre os dois candidatos de forma oblíqua -- "Não dá mais para viver com injustiça nem dá mais para voltar ao passado" -- e classificou a fome como "inaceitável".
Felipe D'Ávila (Novo), por sua vez, falou, sem citar nomes, em "gente que destrói nosso orgulho de ser brasileiro". Os demais candidatos não tiveram inserções neste primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita.
Horários
À tarde, às 13h, os presidenciáveis fazem sua estreia no horário eleitoral na TV. Para o primeiro turno, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu o seguinte esquema:
- Presidente da República: às terças, quintas e sábados, das 7h às 7h12m30 e das 12h às 12h12m30, em rádio; e das 13h às 13h12m30 e das 20h30 às 20h42m30, em televisão;
- Governador de estado ou do DF: às segundas, quartas e sextas, das 7h15 às 7h25 e das 12h15 às 12h25, em rádio; e das 13h15 às 13h25 e das 20h45 às 20h55, em televisão;
- Senador: às segundas, quartas e sextas, das 7h às 7h05 e das 12h às 12h05, em rádio; e das 13h às 13h05 e das 20h30 às 20h35, em televisão;
- Deputado federal: às terças, quintas-feiras e aos sábados, das 7h12m30 às 7h25 e das 12h12m30 às 12h25, em rádio; e das 13h12m30 às 13h25 e das 20h42m30 às 20h55, em televisão;
- Deputado estadual e distrital: às segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h05 às 7h15 e das 12h05 às 12h15, em rádio; e das 13h05 às 13h15 e das 20h35 às 20h45, em televisão.