"Vai transcorrer com muita tranquilidade", diz Temer sobre processo eleitoral
Ex-presidente afirmou avaliar "muito positivamente" a candidatura da senadora Simone Tebet
Guilherme Resck
O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta 2ª feira (1º.ago) que, em sua visão, o processo eleitoral neste ano transcorrerá "com muita tranquilidade". O presidente Jair Bolsonaro (PL) vem atacando o sistema eleitoral. Conforme o político do Movimento Democrático Brasileiro, porém, não haverá desrespeito ao resultado das urnas no próximo pleito e, na campanha eleitoral, talvez sejam registrados "muitos embates, e até às vezes embates verbais, agressivos, mas nada que prejudique a democracia e nada, portanto, que prejudique as eleições".
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As declarações foram dadas em entrevista ao SBT News. Temer falou também sobre a escolha do candidato a vice-presidente na chapa da senadora Simone Tebet (MDB-RS) ao Governo Federal. O político vem recebendo do presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), informações a respeito das tratativas para a escolha e, segundo o ex-presidente, as últimas que recebeu é de "que o nome da senadora Mara Gabrilli [PSDB-SP] estava sendo cogitado". "Mas não há ainda nenhuma definição. Na verdade, o prazo a princípio vai até 5 de agosto, mais ou menos, para haver definições, de modo que nesses próximos dias haverá uma solução referentemente a vice. Ela é um dos nomes pensados, pelas informações que eu tenho", completou.
Temer diz avaliar "muito positivamente" a candidatura de Tebet a presidente da República. "Primeiro porque eu a conheço bem, e sei as suas qualificações pessoais, como figura pública, que já produziu bons efeitos para o Brasil, e, por isso, eu acho que ela pode crescer muito", afirmou. De acordo com ele, nos últimos 30 últimos dias da campanha eleitoral, o eleitor começará "a pesquisar, verificar em quem vai votar" e, dessa forma, acredita que a candidata do MDB "pode crescer substancialmente e pode chegar ao segundo turno".
Questionado sobre qual será o posicionamento do partido e seu próprio em um eventual segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Michel Temer disse que é preciso aguardar o momento. "Lá que nós poderemos fazer uma análise adequada para responder essa questão", pontuou. Em relação ao apoio declarado por parte do partido a Lula já para o primeiro turno, disse que "é uma coisa meio tradicional no MDB". Em suas palavras, "vários companheiros do partido há muito tempo apoiam o Lula". "Apoiam desde a época da primeira eleição, também havia, digamos assim, um certa dissidência, na medida que essa parcela, tendo em vista as realidades locais, portanto o eleitorado local, optavam pela candidatura do ex-presidente Lula. E isto está se repetindo agora. Faço essa afirmação para dizer que isso não é novidade no MDB".
MDB nos estados
Outro assunto abordado na entrevista foi as expectativas em relação aos demais candidatos do Movimento Democrático Brasileiro nas eleições deste ano. O partido tem, por exemplo, os governadores Ibaneis Rocha (DF) e Paulo Dantas (AL) em busca da reeleição. "Você sabe que eu tenho tido informações de que os candidatos a deputados federais, são muitos, em vários estados, que isto vai ser importante num aumento substancial da nossa bancada, da bancada do MDB na Câmara federal de um lado. De outro lado, há muito possibilidade de eleição de vários governadores. E ademais disso, também, estão sendo escolhidos vice-governadores que você sabe que daqui a três anos, três anos e pouco, os atuais governadores eleitos, se eleitos forem, vão sair para outros cargos e, com isso, também o MDB, embora na vice, vai assumir na governadoria", afirmou Michel Temer.
Em São Paulo, em que o partido negocia a indicação do candidato a vice na chapa do governador Rodrigo Garcia (PSDB), "tudo está indicando" que a escolha será feita pelo MDB mesmo, de acordo com o ex-presidente. "Eu sei que o prefeito [paulistano] Ricardo Nunes e o Baleia Rossi estão conversando muito com o governador Rodrigo Garcia, e as conversações vão indo muito bem. Eu tenho quase absoluta convicção de que o vice será indicado pelo MDB", afirmou.