Executiva Nacional do PT se reúne na próxima semana para reavaliar apoio a Freixo
Segundo vice-presidente da sigla, "acordo foi descaradamente descumprido"
Guilherme Resck
A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores se reunirá na próxima semana, antes da convenção estadual do partido no Rio de Janeiro -- marcada para 31 de julho --, para decidir se a sigla continuará apoiando a candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) ao governo fluminense. O motivo é que, em sua convenção na 4ª feira (20.jul), o Partido Socialista Brasileiro oficializou o nome do deputado federal Alessandro Molon (RJ), presidente estadual da sigla, como candidato ao Senado Federal. Conforme integrantes da Executiva Nacional do PT, petistas e socialistas possuíam um acordo de que, em troca do apoio de Lula a Freixo na corrida ao Palácio das Laranjeiras, o deputado estadual do Rio André Ceciliano (PT), e não Molon, disputaria vaga de senador na chapa do congressista.
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Segundo o ex-prefeito de Maricá (RJ) Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT, na convenção do último dia, "o acordo foi descaradamente descumprido". Ele defende agora um rompimento do apoio do PT à candidatura de Marcelo Freixo e discute com a pré-campanha da chapa Rodrigo Neves-Felipe Santa Cruz uma aliança para Ceciliano concorrer ao Senado.
Quaquá disse ainda, nesta 5ª feira, que a chapa com o deputado federal a governador e Molon a senador "estreita demais o Lula geograficamente na capital e nas áreas mais ricas na cidade do Rio e é uma chapa que só atinge a classe média". Além disso, "ajuda o [presidente Jair] Bolsonaro, porque traz os temas de comportamento para o centro do debate, e não daquilo que é essencial, que é a vida do povo". Dessa forma, considera a chapa com os dois integrantes do PSB como "ruim". Também nas palavras de Quaquá, "um erro de estreitamento da campanha do Lula do Rio pode significar a vitória ou não [do petista] no primeiro turno".
De acordo com a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a reunião da Executiva Nacional para reavaliar o apoio do PT a Freixo provavelmente será feita na próxima 4ª feira (27.jul); a data na semana que vem ainda está sendo definida. Antes da reunião, entretanto, segundo o ex-secretário municipal paulistano Jilmar Tatto, integrante da Executiva também, o Partido dos Trabalhadores deve conversar com o PSB e as outras siglas da federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-V) sobre o rompimento do acordo no território fluminense.
Jilmar fala que o PT do Rio "nunca se sentiu confortável" com a candidatura de Freixo, mas decidiu apoiar por causa do acordo. Na última reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, todos apoiaram que André Ceciliano, e não Molon, concorreria ao Senado na chapa do deputado federal. Pelo Twitter, nesta 5ª, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que seu partido "tem os melhores quadros para o governo do Rio de Janeiro e Senado, com as candidaturas dos socialistas, já aprovadas pela convenção estadual". O tweet foi compartilhado por Molon, que agradeceu Siqueira pela mensagem.
Rio Grande do Sul
Antes da convenção nacional da federação Brasil da Esperança, nesta manhã, Jilmar Tatto disse que o PT falaria aos demais integrantes da aliança, no encontro, que o pré-candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul é o deputado estadual Edegar Pretto, mas que existe um debate a ser feito ainda na próxima semana, porque há internamente no Partido dos Trabalhadores quem defende um convite à ex-deputada federal Manuela d'ávila (PCdoB) para concorrer ao governo do estado, em vez de Pretto.
Segundo Gleisi Hoffmann, nesta 6ª feira (21.jul), a Brasil da Esperança fará uma reunião para liberar as convenções estaduais das legendas. Ainda conforme a deputada, o PT vai "dedicar a esses estados que ainda tem problemas" que precisam ser resolvidos por ele e tem toda a próxima semana para fazê-lo. A sigla quer, nas palavras de Gleisi, "ter uma discussão séria com o PSB com a composição de chapa [no Rio]".