Unânime no partido, Ciro Gomes será candidato, mas segue sem vice
Havia expectativa de que chapa fosse oficializada em convenção, porém, partido ainda negocia nome
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Ciro Gomes será, oficialmente, candidato ao Planalto em 2022. O nome do PDT para as próximas eleições foi confirmado em convenção da sigla em Brasília, nesta 4ª feira (20.jul). Esta será a quarta vez em que o pedetista tentará a Presidência. Mas, apesar da proximidade ao pleito, o candidato ainda segue sem vice. O nome para fechar a chapa será definido pela Executiva Nacional do PDT. O partido terá até meados de agosto para chegar a uma decisão final. Segundo anunciou Ciro, há intenção de que seja uma mulher.
No discurso durante o evento, Ciro Gomes lembrou seus feitos na trajetória política, com foco na economia. O candidato disse que, se eleito, colocará um fim nas emendas de relator -- conhecidas como "orçamento secreto" --, rechaçou gastos do governo que provoquem déficits fiscais, e criticou a PEC que aprovou ampliação de benefícios sociais até o fim do ano: "Maior estelionato eleitoral de toda a história". Mas saiu a favor da revogação do teto de gastos.
O pedetista ainda defendeu o fim à reeleição para a Presidência, e declarou intenção em negociar dívidas de estados e municípios. Sobre o projeto de governo, Ciro defendeu taxar grandes fortunas, bem como lucros e dividendos de empresários, e defendeu o fim da cotação em dólar para compra de petróleo por parte da Petrobras. Também retomou uma das principais defesas da campanha de 2018: a negociação de dívidas. "Vou ajudar a resolver o endividamento de 66 milhões de brasileiros que estão com nome sujo", declarou. Ciro ainda disse ter preocupações com o meio ambiente e intenção de transformar a Petrobras em uma empresa com tecnologia verde.
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Ao longo das declarações, Ciro não deixou de lado os ataques ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sobre Bolsonaro, o pedetista afirmou que o chefe do Executivo está atuando contra a democracia ao questionar as urnas eletrônicas e que o presidente é o mais "insensível e incompetente" da história do país. Ciro ainda culpou os governos petistas pelo resultado do pleito de 2018, alegando que "o Lulismo conseguiu parir Bolsonaro".
"O Brasil vive a pior crise da nossa história e os dois principais responsáveis estimulam uma polarização vulgar reduzindo tudo em uma trágica e disputa pessoal. Os dois disputam entre si quem é o mais corrupto, quem é o mais autoritário, quem é o mais fascista e quem é o mais comunista", declarou.
O pedetista também ironizou as negociações entre PT e MDB, afirmando que petistas apontaram golpe contra o governo de Dilma Rousseff, e, no dia seguinte, estão "abraçando e beijando os que deram o golpe".
Vice deve ser mulher
A maior expectativa para o evento desta 4ª era a confirmação do nome que disputará as eleições ao lado de Ciro. Mas o partido ainda aposta em tentar formar a chapa com outra agremiação. Se optar por usar todo o tempo que resta, o PDT poderá oficializar os nomes até 15 de agosto, seguindo o calendário eleitoral.
Ciro defendeu que, no que depender dele, o nome a compor a chapa será o de uma mulher. E sinalizou que o partido está em conversas com outras siglas para a escolha de nome. "Nos últimos dias se intensficaram os nossos diálogos com as forças democráticas", declarou. Segundo ele, a intenção é definir o nome em até duas semanas.