Alexandre de Moraes fala em tolerância zero contra milícias digitais
Eleito presidente do TSE, ministro elogia as Forças Armadas e diz que é "momento de união"
Anderson Scardoelli
Na condição de presidente eleito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes discursou contra as milícias digitais e indicou que a sua gestão à frente da Corte será de tolerância zero contra esse tipo de grupo. Em discurso realizado na noite desta 3ª feira (14.jun), ele elogiou as Forças Armadas. O ministro também marcou posição em favor das urnas eletrônicas usadas no país.
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"Nossas eleitoras e [nossos] eleitores não merecem a proliferação de discursos de ódio, de notícias fraudulentas e da criminosa tentativa de cooptação, por coação e medo, de seus votos por verdadeiras milícias digitais", afirmou Moraes logo após ser declarado presidente eleito do TSE. Com mandato de dois anos, ele estará à frente da coordenação do processo eleitoral deste ano.
De acordo com o cronograma da própria Justiça Eleitoral, os brasileiros irão às urnas em 2 de outubro para eleger deputados estaduais (ou distritais, no caso do Distrito Federal), deputados federais, senadores, governadores e presidente da República. Em caso de necessidade, as duas últimas funções poderão ser definidas no segundo turno, a ser realizado em 30 de outubro.
"A Justiça Eleitoral não tolerará que milícias, pessoais ou digitais, desrespeitem a vontade soberana do povo."
Nesse sentido, Moraes fez questão de reforçar que não aceitará nenhuma intervenção ou ação que vise atrapalhar o pleito. "A Justiça Eleitoral não tolerará que milícias, pessoais ou digitais, desrespeitem a vontade soberana do povo e atentem contra a democracia no Brasil". Assim, indicou que punições poderão ser aplicadas.
Elogio às Forças Armadas
Alexandre de Moraes aproveitou o momento para falar em "momento de união" entre as instituições brasileiras. Citou o Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal. Além disso, fez questão de tecer elogios às Forças Armadas. Para ele, Exército, Marinha e Força Aérea ajudam a garantir "eleições limpas, seguras e transparentes".
"Instituições sérias, competentes e parceiras históricas do Poder Judiciário no auxílio da realização e segurança das eleições nos mais longínquos rincões do Brasil", afirmou o presidente eleito do TSE sobre as Forças Armadas.
Presidentes eleitos via urna eletrônica
As urnas eletrônicas usadas no processo eleitoral brasileiro também foram elogiadas por Moraes. Além de mencionar que por meio da tecnologia o processo de apuração no país é referência mundial, com resultados sendo anunciados horas após o pleito, ele lembrou que as últimas seis disputas presidenciais foram definidas a partir desse tipo de equipamento.
"Quatro [presidentes da Repúblicas] foram eleitos pelas urnas eletrônicas: em 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. Demonstrando a confiabilidade, o sucesso e a transparência das urnas eletrônicas nas eleições brasileiras", declarou Moraes
Nos casos, os presidente eleitos foram Fernando Henrique Cardoso (1998), Luiz Inácio Lula da Silva (2002 e 2006), Dilma Rousseff (2010 e 2014) e, por fim, Jair Bolsonaro (2018). Atual mandatário do país, Bolsonaro, no entanto, tem histórico de críticas às urnas eletrônicas. No início deste ano, por exemplo, ele falou em "fragilidade" do mecanismo.
Fora a eleição presidencial, Bolsonaro foi eleito em outros cinco processos em que as urnas eletrônicas foram utilizadas no Brasil. De 1998 a 2014, anos mencionados por Moraes, ele foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro.