"É uma luta do bem contra o mal", diz Bolsonaro
Presidente discursou em evento que lançou as bases da campanha à reeleição
O presidente da República, Jair Bolsonaro, participou neste domingo (26.mar) de um evento organizado pelo partido dele, o PL, para novas filiações e mostrar as bases da campanha de reeleição do presidente. "Nosso inimigo não é externo, é interno, não é uma luta da esquerda com a direita, é uma luta do bem contra o mal, nós vamos vencer", destacou Jair Bolsonaro durante o evento.
Com forte cunho religioso, o primeiro discurso foi feito pelo locutor de rodeios, Cuibano Lima. Uma oração o "Pai Nosso" foi rezada e Lima também falou sobre o receio que tem do voto dos mais jovens para as próximas eleições, que, de acordo com ele, não viram o que foi o governo do PT nos últimos anos.
No evento, o ministro da Cidadania, João Roma ingressou no Partido Liberal (PL). Roma vai entrar na disputa pelo governo da Bahia. E disse: "Queremos a Bahia de mãos dadas com o Brasil. Esse homem (Bolsonaro) foi atacado permanentemente, mas conseguiu entregar o que muitos criticaram. Esse presidente aqui conseguiu triplicar o recurso do programa de transferencia de renda, hoje, com Auxílio Brasil, mais de 18 milhões de famílias conseguem ganhar R$ 400. Esse é o Brasil que nós queremos, que seja libertador para as nossas pessoas. Estaremos seguindo firmes. Bahia também ama o presidente Bolsonaro e quer um futuro glorioso para o seu povo altivo", declarou.
Em seu discurso, Jair Bolsonaro começou passando o microfone para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e depois para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Além de procurar trazer mulheres para o centro do evento, um dos eleitorados em que Bolsonaro tem menor aprovação, o presidente também falou sobre os jovens.
"Temos um norte, temos um compromisso, não podemos esquecer do nosso passado, porque aquele que esquece seu passado está condenado a não ter futuro. Os mais jovens podem não conhecer, mas seus pais e avós têm obrigação de mostrar pra eles pra onde o Brasil estava indo, bem como vivem os jovens em outros países, como por exemplo, a Venezuela", disse.
Bolsonaro voltou a mencionar Brilhante Ustra, chefe do DOICODI durante a ditadura militar, e o citou como "velho amigo". "Quis o destino que viesse o impeachment, o meu voto, como praticamente todos os parlamentares falaram foi o que mais marcou. [...] A história não se pode mudar, a história é uma só ela foi benéfica conosco, aquela pessoa eu tinha por dever de consciência apresentar", destacou. O presdente ainda disse que é difícil se manter dentro das "quatro linhas da Constituição".
"Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar dentro das quatro linhas. Mas eu jurei e não foi da boca pra fora. Respeitar a Constituição e aqueles que estão ao meu lado, todos. Em especial, os 23 ministros. Eu digo-lhes vocês tem obrigação de juntamente comigo fazer com quem esteja fora das quatro linhas, voltar. Geralmente as ditaduras ou quase sempre começam no Poder Executivo, nunca vi Legislativo ou Judiciário dar golpe. E primeiro se desarma a população de bem, nosso governo age na contramão disso, não tem nada para acusar o governo de que estaríamos querendo censurar o nosso povo ou a imprensa brasileira", ressaltou.
Bolsonaro ainda voltou a criticar a postura dos governadores diante da pandemia. Para ele, a população "sentiu o gosto da ditadura, onde alguns chefes do Executivo estaduais tiraram o direito de ir e vir, obrigaram a ficar em casa", disse. O presidente também comentou sobre as pesquisas eleitorais. Os levantamentos mais recentes apontam o ex-presidente Lula à frente de Bolsonaro nas intenções de voto. "Vocês já ouviram, no passado, dizer que uma mentira repetida mil vezes transforma-se em verdade. Uma pesquisa mentirosa publicada mil vezes não fará um presidente da República".
Antes das 8h, correligionários do presidente, ainda na entrada do evento, vestiam camisas amarelas com os dizeres em verde "Supremo é o povo". O evento conta também com policiamento intenso e detector de metais na entrada.
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