Bolsonaro tenta convencer Roma a não deixar disputa pelo governo da BA
Ministro da Cidadania teria que enfrentar o ex-aliado ACM Neto e ainda outra chapa encabeçada pelo PT
O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve dedicar os próximos dias a convencer o ministro João Roma, da Cidadania, a trocar de partido e garantir que ele dispute o governo da Bahia. Bolsonaro não quer perder o único palanque que teria no Estado, que é governado há 16 anos pelo Partido dos Trabalhadores. Para concorrer, Roma teria que deixar o Republicanos, porque a sigla fez parte da base de ACM Neto na Prefeitura de Salvador e deve apoiar a candidatura dele na disputa estadual.
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Na 4ª feira (16.mar), durante agenda na capital baiana, o ministro havia sinalizado que a mudança de sigla era só uma questão de tempo. No entanto, horas depois, durante evento de filiação do vice-presidente Hamilton Mourão ao Republicanos, João Roma confidenciou aos correligionários que não está seguro sobre a troca.
Apesar de publicamente dizer que acredita ser possível vencer e acabar com a hegemonia petista, nos bastidores, o ministro reconhece que a tarefa não é simples. Pelas pesquisas de intenção de voto, ACM Neto lidera e existe a possibilidade dele vencer ainda no primeiro turno. A vantagem do neto de Antônio Carlos Magalhães se explica depois que o PT não conseguiu convencer o senador Jaques Wagner, que aparecia como primeiro colocado nas pesquisas, a disputar de novo o Palácio de Ondina. A sigla apresentou na última semana o nome do secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues.
O vice de Rui Costa, João Leão, rompeu com o Partido dos Trabalhadores e já declarou voto em ACM Neto. Ele vai disputar o senado na chapa carlista. Apesar do rompimento, o ex-presidente Lula entrou em campo e considera que pode ter os votos para presidente tanto de quem votar no PT quanto dos eleitores de ACM Neto, sobrando pouco espaço para um palanque que possa ser usado por Bolsonaro.
Outros ministros
A ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos, também disse que está ainda decidindo ser irá disputar a vaga ao senado pelo Amapá. Enquanto Damares e João Roma não decidem se irão para a disputa, outros ministros já estão focados na articulação para a campanha fora da Esplanada dos Ministérios. É o caso de Onyx Lorenzoni, que irá deixar o Ministério do Trabalho para disputar o governo do Rio Grande do Sul. No lugar dele, deve assumir o presidente do INSS, José Oliveira, que é funcionário de carreira do instituto.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, vai disputar o Palácio dos Bandeirantes. Bolsonaro já decidiu que o substituto dele é Marcelo Sampaio, atual secretário-executivo da pasta. Na Agricultura, o ex-deputado Marcos Montes ficará com a missão de substituir Tereza Cristina, que irá disputar uma vaga ao Senado pelo Mato Grosso do Sul. Flávia Arruda da Secretaria de governo, Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, Gilson Machado, do Turismo, também devem disputar uma vaga para o Senado.
Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, vai disputar a Câmara Federal. No caso dele, a disputa pela substituição está entre três secretários que são de confiança de Pontes e um indicado de fora da pasta. Apesar do Orçamento limitado, o Progressistas queria assumir o ministério com a troca. No entanto, por enquanto, o presidente indicou que quer manter alguém que já está na equipe.
O ministro da Defesa, Braga Netto, também vai deixar a Esplanada. Ele é cotado para ser vice de Bolsonaro na disputa à reeleição. O presidente tem dito que existem muitos candidatos para a vaga e que, por isso, ainda vai esperar um pouco para anunciar a decisão. Independentemente do tempo de Bolsonaro, o militar, por causa da legislação, terá que deixar a pasta e aguardar as articulações entre os partidos que irão compor a chapa do presidente.