Eleições
Matarazzo diz que quer reduzir ônibus fora do horário de pico; leia a entrevista na íntegra
Oitavo entrevistado da série do SBT News com os candidatos à Prefeitura de São Paulo se mostrou surpreso com dúvidas sobre suas propostas
Mariana Zylberkan
• Atualizado em
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Oitavo entrevistado da série do SBT News com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSD), disse que planeja reduzir o fluxo de ônibus nos corredores exclusivos fora dos horários de pico para aumentar a frota nos períodos de maior fluxo de passageiros. "Fora do horário de pico, você tem os corredores com muitos ônibus andando vazios, gerando poluição e custando para o município, rodando vazios. É você rever para reduzir esse subsídio, porque o subsídio é absurdo para você ficar pagando R$ 4 bilhões e ter ônibus, fora dos horários de pico, vazios", disse.
Leia abaixo a entrevista do candidato ao SBT News, na íntegra, aos jornalistas Simone Queiroz e Fabio Diamante - ou, se preferir, assista em vídeo.
SBT News: Candidato, a eleição agora já está bem perto, o horário eleitoral está a pleno vapor, mas até agora a sua candidatura ainda não decolou. De acordo com a as últimas pesquisas, o senhor tem 2% das intenções de voto. O senhor ainda acredita que pode chegar ao segundo turno? A sua candidatura está mantida mesmo com esse patamar de intenção de votos?
Andrea Matarazzo: É claro que está mantida. Acho que a gente tem que imaginar que as pessoas neste ano, um ano atípico, em primeiro lugar estão preocupadas, todo mundo, com a saúde. Em se manterem vivas, em não terem problemas com o coronavírus e etc. Em segundo lugar, acho que todo mundo está preocupado com os empregos, com a manutenção da renda, para que as empresas continuem funcionando, principalmente, em função de todo esse fechamento, cobrança de impostos, etc. Claro que eu acredito, eu acho que o pessoal vai começar a pensar na eleição muito perto da eleição. Eleição se define no dia da eleição, e a definição... eu acho que começará nas duas últimas semanas deste ano.
Candidato, quando o senhor deixou o PSDB, o senhor saiu dizendo que João Doria era uma piada pronta. De lá para cá, ele foi eleito prefeito, direto no primeiro turno; depois largou a prefeitura, foi eleito governador e, para o bem ou para o mal, ele de fato ocupa uma posição de destaque na política nacional. Passados os quatro anos, o senhor se arrepende dessa declaração, ou o senhor só confirma a sua tese?
Você sabe que eu não gosto de ser rude e muito menos falar qualquer coisa que possa parecer ofensiva, mas era o sentimento daquele momento, até em função da disputa que existia com relação à legenda do PSDB, para a prefeitura. O clima do momento e etc. Eu acho que isso... Como eu sempre falo, uma disputa pela legenda para uma eleição não é uma quermesse. E você acaba falando, às vezes, coisas em um tom mais alto do que deveria.
Qual é a relação que o senhor tem com ele? Vamos imaginar que o senhor, eleito, entende... que o senhor teria um bom entendimento com o governador João Doria?
Você sabe que eu tenho uma relação com o João Doria nos últimos 40 anos, e nunca mudou. Ele me respeita, eu respeito a ele e agora, sendo prefeito de uma cidade como São Paulo, independente dos aspectos pessoais, você tem que preservar e ter uma ótima relação institucional. Não só com o governador do Estado, mas com o governo do Estado, de maneira geral, e com o governo federal, porque tem uma interação muito grande entre esses entes todos. E a prioridade é o bem-estar da população, das pessoas. Não dá para ficar fazendo disputa política em cima do interesse das pessoas, da população.
Candidato, no Brasil, parece ser uma obsessão dos políticos conquistar o voto dos evangélicos. Ter uma vice evangélica na chapa parecia bem promissor, que é o seu caso; o senhor tem como vice a Marta Costa, que é aliada da Assembleia de Deus, mas parece que ainda não pegou. O que o senhor acha? Está faltando empenho da Igreja, por exemplo, que ajuda outros candidatos? Falta empenho para ajudar a sua candidatura?
Nossa, eu estou vendo que você está bem pessimista, ainda bem que eu estou mais otimista do que você.
[Não] tem nada a ver. A Marta Costa, vou te dizer, a Marta Costa foi escolhida pelos valores dela, pelo pensamento dela. Marta Costa foi minha colega na Câmara dos Vereadores, ela teve três mandatos de vereadora, portanto, conhece essa cidade como poucas pessoas, conhece a população e a necessidade da população mais carente como poucas pessoas. E já está no segundo mandato de deputada estadual, com posições muito claras, sempre muito definidas. Aliás, é o que me chamou muita atenção na Marta Costa, quando eu estava na Câmara com ela, era exatamente isso: ela tem posições claras e posições muito firmes. E é isso que estamos precisando em São Paulo: energia e convicções, coisa que os políticos ultimamente não têm.
Essa questão de pegar ou não pegar, eu acho que isso, como eu te falei, nós temos que dar tempo ao tempo, qual a prioridade das famílias hoje? Será que a prioridade é a política? Ou é manter a saúde em ordem? A prioridade é um emprego ou é falar de política? De direita de esquerda? E cá entre nós, o debate que nós estamos assistindo é dramático, principalmente para quem passa por dificuldades, ou que tem tantas dificuldades, como o paulistano tem. Nós devíamos estar discutindo a cidade, que infelizmente o que a gente percebe é que poucos candidatos conhecem a cidade, ou têm condições de discutir a cidade. Então sai aí com as bravatas, ou falando de governo federal, governo estadual e todas essas coisas, ou falando as obviedades.
Nós temos que discutir São Paulo, isso que as pessoas estão interessadas. Ganhar a eleição, você sabe que é uma coisa importante, mas é só um que ganha, e no meu caso eu estou nessa disputa muito mais por paixão pela minha cidade, por conhecer muito a minha cidade, por ter me dedicado à minha cidade, também por agradecimento a tudo que São Paulo permitiu que a minha família fizesse e tudo o que eu consegui fazer aqui em São Paulo na vida pública. E ganhar é apenas um resultado final, vamos ver. A minha preocupação não é essa, a minha preocupação é a gente conseguir resolver os problemas de São Paulo, que eu não estou vendo aí propostas para isso. Eu vou continuar discutindo a cidade, os seus problemas, e principalmente, as soluções. Uma cidade que é encantadora, é apaixonante, mas ela está sofrendo muito ultimamente pelas últimas administrações caóticas que ela tem tido e, de certa forma, irresponsáveis.
Vamos falar, então, das propostas para a cidade, candidato. No seu projeto de governo, em relação ao transportes, o senhor fala sobre os corredores de ônibus. Os corredores, eles são uma realidade nas grandes cidades e eles já estão enraizados na capital paulista. Ainda assim, o senhor fala em retirar alguns corredores e criar o BRT. Como é que, eu queria que o senhor explicasse...
Não, não, vamos lá.
Então vamos continuar. Deixa eu acabar a pergunta e o senhor responde. Eu queria que o senhor explicasse qual é essa proposta que o senhor tem, especificamente para o transporte. Onde o senhor tiraria corredores e como é que seria esse BRT na cidade de São Paulo?
Não, vamos olhar a proposta como um todo. Você vê que essa gestão atual não fez um metro de corredor, nem um metro. Fez uma fonte luminosa de R$ 100 milhões no Anhangabaú; mas corredores de ônibus, nem um metro. Nós temos que ampliar as faixas de ônibus, que eu acho que isso é uma coisa imediata e rápido. Fazer corredores. O que eu disse sobre, não é retirar corredores, é você olhar que os corredores, muitas vezes, em horário fora do horário de pico, vamos repetir, fora do horário de pico, você tem os corredores com muitos ônibus andando vazios, gerando poluição e custando para o município, rodando vazios. O que eu quis dizer é isso. É em determinados, eu vou até rever pra ver se não tá muito claro no programa [do governo]. É você rever para reduzir esse subsídio, porque o subsídio é absurdo para você ficar pagando R$ 4 bilhões e ter ônibus, fora dos horários de pico, vazios. Nós temos que ter mais ônibus nos horários de pico, e menos ônibus nos horários fora do pico para não andarem tão vazios. Temos que andar com os ônibus nos horários de pico um pouco mais folgados, sem estar tão espremidos, sem demorar tanto, mas fora dos horários de pico, não tem porque ficar ônibus rodando ônibus vazio na cidade. Então é isso que eu quis dizer.
Candidato, a prefeitura autorizou a volta do Ensino Médio a partir do dia 3 de novembro. O senhor concorda com essa medida? E o senhor sendo eleito, como é que o senhor faria a retomada da educação pública na cidade, principalmente, pensando em recuperar o tempo que as crianças perderam ficando em casa?
Olha, eu acho que já até estava na hora de começar... eu seguiria e seguirei sempre quem entende dessa questão da pandemia, que são só médicos. Eu teria um grupo de médicos me orientando nisso e, inclusive, definindo e orientando os protocolos com relação à saúde nas escolas. Tem que lembrar que muitas pessoas não têm onde deixar os filhos, que voltaram a trabalhar, e precisam ter um espaço pras crianças ficarem. E a escola, dentro de protocolos, se os médicos entendem que é possível fazer essa volta, a gente deve fazer a volta. O que nós temos que fazer ano que vem, dentro do meu programa, está previsto o que eu chamo de "formação tempo integral". O que é a "formação tempo integral"? Toda criança vai pra escola, são quatro a cinco horas fora do horário da escola, eu quero que as crianças passem aí ou para um dos equipamentos esportivos, como os clubes da comunidade ou dos clubes da cidade que são cerca de 300 na cidade de São Paulo, ou para um dos teatros, bibliotecas, com equipamento cultural. Fazer educação através do esporte, educação através da cultura; de forma que a criança fique até às cinco da tarde, vamos dizer, ou fique o período integral recebendo informação. E no equipamento cultural e equipamento esportivo, elas receberão o reforço escolar. A aula comum durante o período normal e, durante esse contraturno, vamos dizer assim, além da cultura e do esporte, um reforço escolar para compensar as perdas que infelizmente tivemos este ano.
Candidato, seguindo mais ou menos nesse tema, tem um trecho da sua proposta de governo que me chamou a atenção em relação às tarefas que a Guarda Civil [Municipal], ela teria na sua gestão. Uma delas me chamou a atenção, um programa que o senhor chamou de "nenhuma criança fora da escola", que envolve o monitoramento dos estudantes. Como é que funcionaria isso? O guarda-civil, ele vai acompanhar se o estudante entrou na escola? Como é que seria esse contato com a família? Não tem aí um risco de invadir um pouco a privacidade das famílias?
Não, de jeito nenhum. Não vai invadir a privacidade das famílias. A guarda-civil está por toda a cidade e, normalmente, guardando os próprios públicos, que seriam os prédios públicos, inclusive as escolas. Esse programa, é um programa até desenhado pela UNICEF porque tá demonstrado que 70% da evasão escolar é causada por algum tipo de violência. Então, é a guarda-civil procurar identificar junto aos professores, juntos às próprias crianças, onde está ocorrendo esse tipo de violência, o que está acontecendo. Não é que a guarda-civil vai trabalhar sozinha nisso. É justamente com um grupo de professores, Secretaria de Educação, Secretaria de Desenvolvimento Social e a guarda-civil dando esse, fazendo também esse acompanhamento. Acho que é muito importante isso, numa cidade como São Paulo, se você puder ter esse tipo de acompanhamento comunitário que seria uma das tarefas também da guarda-civil.
Eu queria só entender como seria na prática. Por exemplo, o contato com a família seria feito como? Porque o guarda-civil, ainda que ela guarde o patrimônio, ela é um homem com uniforme, uma mulher com uniforme, com uma arma na cintura, com cassetete. Como é que seria isso? Explica melhor pra mim, candidato.
Não, aí são casos extremos. Eu acho que o guarda-civil tem as condições, pelo treinamento, pela percepção, de procurar entender o que está acontecendo. Se é num caso, é um caso em família, se é na redondeza, se é perto da casa. Eles são do local. Então, eles têm condições de subsidiar, tanto a equipe da Secretaria de Educação, como a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social, quanto a eventuais problemas que existem para que aquela esteja faltando ou não esteja chegando à escola como deveria.
Candidato, São Paulo hoje tem 25 mil pessoas morando nas ruas. Na época que a prefeitura era ocupada por José Serra e o senhor era subprefeito da Sé, o senhor mandou instalar rampas ali naquele viaduto debaixo da Avenida Paulista, e foi uma ação que foi criticada na época. O padre Julio Lancelotti, por exemplo, que tem um trabalho único e muito próximo dos moradores de rua, disse que foi uma ação higienista. O senhor faria isso de novo? O senhor já esqueceu esse tipo de ação? Se o senhor fosse eleito agora, o senhor faria esse tipo de ação de novo?
Não. É claro que eu não esqueci, mas vamos colocar as coisas também de novo direito. Quiseram politizar o assalto. Quiseram politizar uma coisa que eram os arrastões. O que estava acontecendo lá e que basta você ver os boletins de polícia da época, e é por ela que eu fui alertado, é que embaixo dos viadutos da Avenida Paulista, quando criava trânsito, o semáforo estava fechado, tinha gente fazendo arrastão, quebrando o vidro dos carros e assaltando as pessoas. Obviamente tudo que for necessário a ser feito para você evitar violência contra a população de São Paulo, eu farei. Independentemente de quem criticar. Porque você sabe que muitas vezes a crítica, não é pela ação em si. A crítica, é pelos ciúmes, ou é a crítica para fazer politicagem em cima Muitas vezes da tragédia, e muitas vezes, em função de posicionamentos mais da esquerda ou mais da direita.
Candidato, mas em contrapartida, a prefeitura se encarregou de criar abrigos em número suficiente para abrigar aquelas pessoas que estavam ali, e que tiveram que sair com a colocação das tampas chamadas na época de "rampas antimendigo"?
Você gosta de olhar para trás. Eu queria olhar para a frente. Vamos falar olhando para a frente. É olhando para a frente. Não tem nada de rampa antimendigo. Isso foi a forma, que até vou te dizer, o que seria uma rampa pró-mendigo? Conta para mim? Primeiro que não foi feita rampa nenhuma. A prefeitura tinha albergues e não só isso. Nós tínhamos um sistema de kombis pela cidade, que tinha o objetivo com a assistência social e com os assistentes sociais para ajudar encontrar vagas e encaminhar o morador de rua para o albergue. Contrariamente ao que acontece hoje, você não tem nada. Hoje, o morador de rua está abandonado à própria sorte. Mas no caso, nós tínhamos não só isso, como fizemos algumas tendas para atendimento dos moradores de rua durante o dia. Então, eu posso dizer pra vocês o seguinte: nenhuma gestão fez mais ações sociais do que a gestão da qual participei de 2005 a 2009, no meu caso. Então, eu posso assegurar, pode ver em números quantas casas populares foram feitas, quantas vagas em albergues, quantos hotéis sociais nós fizemos. A população de rua nunca foi atendida tão bem como naquela época. É questão política. No momento, a moda era a esquerda, agora mudou. Agora, a moda é a direita. A crítica é diferente. Mas eu não me preocupo com críticas. Eu me preocupo em fazer o certo. Em atender a população e atender às preocupações das pessoas e o sofrimento de quem está na rua. Não de quem está de fora no bem e bom dando palpite e criticando.
Candidato, a gente está chegando no final. Eu tenho mais uma pergunta. Eu queria só fazer um comentário. Não é uma questão de olhar pra trás. O eleitor para escolher o candidato tem que olhar para trás, para a sua história, e saber o que o senhor fez para, aí sim, escolher votar no senhor ou não.
Perfeitamente. É que a gente só falou do "para trás", mas tudo bem.
Mas é a sua atuação, né?
Está ótimo. Eu estou feliz e grato pela oportunidade de poder falar aqui, de poder apresentar alguma coisa e até comentar o "para trás", que eu acho que é importante esclarecer.
Nós também. Candidato, eu queria fazer uma pergunta sobre Habitação. Tem uma proposta que o senhor faz de reformar os edifícios do Centro que estão ocupados, cadastrar as famílias e redirecionar a programas habitacionais. O senhor vai tirar as famílias do Centro? O senhor não tira uma oportunidade para essas pessoas de trabalhar? Tem emprego e transporte muito melhor que na periferia. Esses prédios de fato estão ali desocupados e, quando o senhor fala reformar, é reformar para quê? O senhor reforma e vai transformar aquilo em uma repartição pública? O senhor vai devolver para o proprietário? Como isso funcionaria?
Deixa-me te dizer... Realmente o meu programa de governo deve estar bem mal escrito, porque é ao contrário.
Eu vou, primeiro ponto é o seguinte: prédio invadido é invadido. Ele tem um proprietário. O proprietário entra na Justiça e, se ele pede a reintegração de posse, o prédio é dele. Mas deixa eu te dizer com relação a esses prédios, porque é interessante. Tem 100 prédios ocupados no Centro, ou 80, desde a época do [ex-prefeito Fernando] Haddad. Foram ocupando e até agora ninguém mexeu. Não só ninguém mexeu uma palha, como ninguém perguntou nada. Só quando caiu aquele prédio no [largo do] Paissandu. Eu quero fazer um modelo muito parecido com um modelo de urbanização de favelas. É ao contrário. É conversar com quem está ocupando os prédios hoje. É conversando com o proprietário do prédio, e o poder público, e ir conversando também com construtoras privadas, fazer o retrofit desses prédios, para poder dar condições de quem está morando lá hoje poder comprar o apartamento. Esse é o ponto. Entendeu? Invés de eu tirá-lo e fazer um predinho Minha Casa Minha Vida, como o Haddad fez lá no parque dos Búfalos a 40 km daqui do Centro, não. Eu quero tentar fazer o que a gente fez em Paraisópolis. O que fizemos no cantinho do CEU, o que fizemos na Vila Nilo, na zona norte. É fazer a urbanização de uma favela. Lá são favelas verticais hoje, infelizmente. Então, é tentar viabilizar com o proprietário que não está conseguindo desocupar o prédio e nem vai conseguir. A prefeitura pode desapropriar, contratar a reforma e fazer a venda como uma unidade de interesses sociais no centro da cidade. Permitindo que as pessoas possam ter a sua habitação reformada sem ter que ser removida ou transferida de onde elas acabaram fazendo a vida delas. Agora, lógico que a gente precisa conseguir o acordo também com os proprietários porque é uma iniciativa. Vamos dizer, é um prédio privado que está invadido. Muitos não estão pagando o IPTU, então você pode retomar. Então, tem que analisar caso a caso. Mas o objetivo é fazer habitação e preferencialmente para quem já está morando no lugar.
Candidato, a gente está chegando no final. Queria que o senhor fizesse as suas considerações finais, por favor.
Olha, eu queria agradecer muito ao SBT pela oportunidade que vocês estão dando, que a legislação eleitoral engessou muito e acabaram os debates. Então, os candidatos que não são celebridades de televisão, ou não são políticos profissionais no cargo, ficam sem espaço para poder defender as suas ideias. Inclusive, para defender como eu acabei fazendo, sobre os pontos mal entendidos que pode ter sobre as nossas propostas. Então, eu fico muito satisfeito com as perguntas que vocês fizeram. Olha, não tenham dúvidas, porque eu acho que é sempre importante a gente esclarecer para a população e por os "pingos nos is", onde eles precisam. Super obrigado a vocês e mais uma vez ao SBT pela oportunidade.
Leia abaixo a entrevista do candidato ao SBT News, na íntegra, aos jornalistas Simone Queiroz e Fabio Diamante - ou, se preferir, assista em vídeo.
SBT News: Candidato, a eleição agora já está bem perto, o horário eleitoral está a pleno vapor, mas até agora a sua candidatura ainda não decolou. De acordo com a as últimas pesquisas, o senhor tem 2% das intenções de voto. O senhor ainda acredita que pode chegar ao segundo turno? A sua candidatura está mantida mesmo com esse patamar de intenção de votos?
Andrea Matarazzo: É claro que está mantida. Acho que a gente tem que imaginar que as pessoas neste ano, um ano atípico, em primeiro lugar estão preocupadas, todo mundo, com a saúde. Em se manterem vivas, em não terem problemas com o coronavírus e etc. Em segundo lugar, acho que todo mundo está preocupado com os empregos, com a manutenção da renda, para que as empresas continuem funcionando, principalmente, em função de todo esse fechamento, cobrança de impostos, etc. Claro que eu acredito, eu acho que o pessoal vai começar a pensar na eleição muito perto da eleição. Eleição se define no dia da eleição, e a definição... eu acho que começará nas duas últimas semanas deste ano.
Candidato, quando o senhor deixou o PSDB, o senhor saiu dizendo que João Doria era uma piada pronta. De lá para cá, ele foi eleito prefeito, direto no primeiro turno; depois largou a prefeitura, foi eleito governador e, para o bem ou para o mal, ele de fato ocupa uma posição de destaque na política nacional. Passados os quatro anos, o senhor se arrepende dessa declaração, ou o senhor só confirma a sua tese?
Você sabe que eu não gosto de ser rude e muito menos falar qualquer coisa que possa parecer ofensiva, mas era o sentimento daquele momento, até em função da disputa que existia com relação à legenda do PSDB, para a prefeitura. O clima do momento e etc. Eu acho que isso... Como eu sempre falo, uma disputa pela legenda para uma eleição não é uma quermesse. E você acaba falando, às vezes, coisas em um tom mais alto do que deveria.
Qual é a relação que o senhor tem com ele? Vamos imaginar que o senhor, eleito, entende... que o senhor teria um bom entendimento com o governador João Doria?
Você sabe que eu tenho uma relação com o João Doria nos últimos 40 anos, e nunca mudou. Ele me respeita, eu respeito a ele e agora, sendo prefeito de uma cidade como São Paulo, independente dos aspectos pessoais, você tem que preservar e ter uma ótima relação institucional. Não só com o governador do Estado, mas com o governo do Estado, de maneira geral, e com o governo federal, porque tem uma interação muito grande entre esses entes todos. E a prioridade é o bem-estar da população, das pessoas. Não dá para ficar fazendo disputa política em cima do interesse das pessoas, da população.
Candidato, no Brasil, parece ser uma obsessão dos políticos conquistar o voto dos evangélicos. Ter uma vice evangélica na chapa parecia bem promissor, que é o seu caso; o senhor tem como vice a Marta Costa, que é aliada da Assembleia de Deus, mas parece que ainda não pegou. O que o senhor acha? Está faltando empenho da Igreja, por exemplo, que ajuda outros candidatos? Falta empenho para ajudar a sua candidatura?
Nossa, eu estou vendo que você está bem pessimista, ainda bem que eu estou mais otimista do que você.
[Não] tem nada a ver. A Marta Costa, vou te dizer, a Marta Costa foi escolhida pelos valores dela, pelo pensamento dela. Marta Costa foi minha colega na Câmara dos Vereadores, ela teve três mandatos de vereadora, portanto, conhece essa cidade como poucas pessoas, conhece a população e a necessidade da população mais carente como poucas pessoas. E já está no segundo mandato de deputada estadual, com posições muito claras, sempre muito definidas. Aliás, é o que me chamou muita atenção na Marta Costa, quando eu estava na Câmara com ela, era exatamente isso: ela tem posições claras e posições muito firmes. E é isso que estamos precisando em São Paulo: energia e convicções, coisa que os políticos ultimamente não têm.
Essa questão de pegar ou não pegar, eu acho que isso, como eu te falei, nós temos que dar tempo ao tempo, qual a prioridade das famílias hoje? Será que a prioridade é a política? Ou é manter a saúde em ordem? A prioridade é um emprego ou é falar de política? De direita de esquerda? E cá entre nós, o debate que nós estamos assistindo é dramático, principalmente para quem passa por dificuldades, ou que tem tantas dificuldades, como o paulistano tem. Nós devíamos estar discutindo a cidade, que infelizmente o que a gente percebe é que poucos candidatos conhecem a cidade, ou têm condições de discutir a cidade. Então sai aí com as bravatas, ou falando de governo federal, governo estadual e todas essas coisas, ou falando as obviedades.
Nós temos que discutir São Paulo, isso que as pessoas estão interessadas. Ganhar a eleição, você sabe que é uma coisa importante, mas é só um que ganha, e no meu caso eu estou nessa disputa muito mais por paixão pela minha cidade, por conhecer muito a minha cidade, por ter me dedicado à minha cidade, também por agradecimento a tudo que São Paulo permitiu que a minha família fizesse e tudo o que eu consegui fazer aqui em São Paulo na vida pública. E ganhar é apenas um resultado final, vamos ver. A minha preocupação não é essa, a minha preocupação é a gente conseguir resolver os problemas de São Paulo, que eu não estou vendo aí propostas para isso. Eu vou continuar discutindo a cidade, os seus problemas, e principalmente, as soluções. Uma cidade que é encantadora, é apaixonante, mas ela está sofrendo muito ultimamente pelas últimas administrações caóticas que ela tem tido e, de certa forma, irresponsáveis.
Vamos falar, então, das propostas para a cidade, candidato. No seu projeto de governo, em relação ao transportes, o senhor fala sobre os corredores de ônibus. Os corredores, eles são uma realidade nas grandes cidades e eles já estão enraizados na capital paulista. Ainda assim, o senhor fala em retirar alguns corredores e criar o BRT. Como é que, eu queria que o senhor explicasse...
Não, não, vamos lá.
Então vamos continuar. Deixa eu acabar a pergunta e o senhor responde. Eu queria que o senhor explicasse qual é essa proposta que o senhor tem, especificamente para o transporte. Onde o senhor tiraria corredores e como é que seria esse BRT na cidade de São Paulo?
Não, vamos olhar a proposta como um todo. Você vê que essa gestão atual não fez um metro de corredor, nem um metro. Fez uma fonte luminosa de R$ 100 milhões no Anhangabaú; mas corredores de ônibus, nem um metro. Nós temos que ampliar as faixas de ônibus, que eu acho que isso é uma coisa imediata e rápido. Fazer corredores. O que eu disse sobre, não é retirar corredores, é você olhar que os corredores, muitas vezes, em horário fora do horário de pico, vamos repetir, fora do horário de pico, você tem os corredores com muitos ônibus andando vazios, gerando poluição e custando para o município, rodando vazios. O que eu quis dizer é isso. É em determinados, eu vou até rever pra ver se não tá muito claro no programa [do governo]. É você rever para reduzir esse subsídio, porque o subsídio é absurdo para você ficar pagando R$ 4 bilhões e ter ônibus, fora dos horários de pico, vazios. Nós temos que ter mais ônibus nos horários de pico, e menos ônibus nos horários fora do pico para não andarem tão vazios. Temos que andar com os ônibus nos horários de pico um pouco mais folgados, sem estar tão espremidos, sem demorar tanto, mas fora dos horários de pico, não tem porque ficar ônibus rodando ônibus vazio na cidade. Então é isso que eu quis dizer.
Candidato, a prefeitura autorizou a volta do Ensino Médio a partir do dia 3 de novembro. O senhor concorda com essa medida? E o senhor sendo eleito, como é que o senhor faria a retomada da educação pública na cidade, principalmente, pensando em recuperar o tempo que as crianças perderam ficando em casa?
Olha, eu acho que já até estava na hora de começar... eu seguiria e seguirei sempre quem entende dessa questão da pandemia, que são só médicos. Eu teria um grupo de médicos me orientando nisso e, inclusive, definindo e orientando os protocolos com relação à saúde nas escolas. Tem que lembrar que muitas pessoas não têm onde deixar os filhos, que voltaram a trabalhar, e precisam ter um espaço pras crianças ficarem. E a escola, dentro de protocolos, se os médicos entendem que é possível fazer essa volta, a gente deve fazer a volta. O que nós temos que fazer ano que vem, dentro do meu programa, está previsto o que eu chamo de "formação tempo integral". O que é a "formação tempo integral"? Toda criança vai pra escola, são quatro a cinco horas fora do horário da escola, eu quero que as crianças passem aí ou para um dos equipamentos esportivos, como os clubes da comunidade ou dos clubes da cidade que são cerca de 300 na cidade de São Paulo, ou para um dos teatros, bibliotecas, com equipamento cultural. Fazer educação através do esporte, educação através da cultura; de forma que a criança fique até às cinco da tarde, vamos dizer, ou fique o período integral recebendo informação. E no equipamento cultural e equipamento esportivo, elas receberão o reforço escolar. A aula comum durante o período normal e, durante esse contraturno, vamos dizer assim, além da cultura e do esporte, um reforço escolar para compensar as perdas que infelizmente tivemos este ano.
Candidato, seguindo mais ou menos nesse tema, tem um trecho da sua proposta de governo que me chamou a atenção em relação às tarefas que a Guarda Civil [Municipal], ela teria na sua gestão. Uma delas me chamou a atenção, um programa que o senhor chamou de "nenhuma criança fora da escola", que envolve o monitoramento dos estudantes. Como é que funcionaria isso? O guarda-civil, ele vai acompanhar se o estudante entrou na escola? Como é que seria esse contato com a família? Não tem aí um risco de invadir um pouco a privacidade das famílias?
Não, de jeito nenhum. Não vai invadir a privacidade das famílias. A guarda-civil está por toda a cidade e, normalmente, guardando os próprios públicos, que seriam os prédios públicos, inclusive as escolas. Esse programa, é um programa até desenhado pela UNICEF porque tá demonstrado que 70% da evasão escolar é causada por algum tipo de violência. Então, é a guarda-civil procurar identificar junto aos professores, juntos às próprias crianças, onde está ocorrendo esse tipo de violência, o que está acontecendo. Não é que a guarda-civil vai trabalhar sozinha nisso. É justamente com um grupo de professores, Secretaria de Educação, Secretaria de Desenvolvimento Social e a guarda-civil dando esse, fazendo também esse acompanhamento. Acho que é muito importante isso, numa cidade como São Paulo, se você puder ter esse tipo de acompanhamento comunitário que seria uma das tarefas também da guarda-civil.
Eu queria só entender como seria na prática. Por exemplo, o contato com a família seria feito como? Porque o guarda-civil, ainda que ela guarde o patrimônio, ela é um homem com uniforme, uma mulher com uniforme, com uma arma na cintura, com cassetete. Como é que seria isso? Explica melhor pra mim, candidato.
Não, aí são casos extremos. Eu acho que o guarda-civil tem as condições, pelo treinamento, pela percepção, de procurar entender o que está acontecendo. Se é num caso, é um caso em família, se é na redondeza, se é perto da casa. Eles são do local. Então, eles têm condições de subsidiar, tanto a equipe da Secretaria de Educação, como a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social, quanto a eventuais problemas que existem para que aquela esteja faltando ou não esteja chegando à escola como deveria.
Candidato, São Paulo hoje tem 25 mil pessoas morando nas ruas. Na época que a prefeitura era ocupada por José Serra e o senhor era subprefeito da Sé, o senhor mandou instalar rampas ali naquele viaduto debaixo da Avenida Paulista, e foi uma ação que foi criticada na época. O padre Julio Lancelotti, por exemplo, que tem um trabalho único e muito próximo dos moradores de rua, disse que foi uma ação higienista. O senhor faria isso de novo? O senhor já esqueceu esse tipo de ação? Se o senhor fosse eleito agora, o senhor faria esse tipo de ação de novo?
Não. É claro que eu não esqueci, mas vamos colocar as coisas também de novo direito. Quiseram politizar o assalto. Quiseram politizar uma coisa que eram os arrastões. O que estava acontecendo lá e que basta você ver os boletins de polícia da época, e é por ela que eu fui alertado, é que embaixo dos viadutos da Avenida Paulista, quando criava trânsito, o semáforo estava fechado, tinha gente fazendo arrastão, quebrando o vidro dos carros e assaltando as pessoas. Obviamente tudo que for necessário a ser feito para você evitar violência contra a população de São Paulo, eu farei. Independentemente de quem criticar. Porque você sabe que muitas vezes a crítica, não é pela ação em si. A crítica, é pelos ciúmes, ou é a crítica para fazer politicagem em cima Muitas vezes da tragédia, e muitas vezes, em função de posicionamentos mais da esquerda ou mais da direita.
Candidato, mas em contrapartida, a prefeitura se encarregou de criar abrigos em número suficiente para abrigar aquelas pessoas que estavam ali, e que tiveram que sair com a colocação das tampas chamadas na época de "rampas antimendigo"?
Você gosta de olhar para trás. Eu queria olhar para a frente. Vamos falar olhando para a frente. É olhando para a frente. Não tem nada de rampa antimendigo. Isso foi a forma, que até vou te dizer, o que seria uma rampa pró-mendigo? Conta para mim? Primeiro que não foi feita rampa nenhuma. A prefeitura tinha albergues e não só isso. Nós tínhamos um sistema de kombis pela cidade, que tinha o objetivo com a assistência social e com os assistentes sociais para ajudar encontrar vagas e encaminhar o morador de rua para o albergue. Contrariamente ao que acontece hoje, você não tem nada. Hoje, o morador de rua está abandonado à própria sorte. Mas no caso, nós tínhamos não só isso, como fizemos algumas tendas para atendimento dos moradores de rua durante o dia. Então, eu posso dizer pra vocês o seguinte: nenhuma gestão fez mais ações sociais do que a gestão da qual participei de 2005 a 2009, no meu caso. Então, eu posso assegurar, pode ver em números quantas casas populares foram feitas, quantas vagas em albergues, quantos hotéis sociais nós fizemos. A população de rua nunca foi atendida tão bem como naquela época. É questão política. No momento, a moda era a esquerda, agora mudou. Agora, a moda é a direita. A crítica é diferente. Mas eu não me preocupo com críticas. Eu me preocupo em fazer o certo. Em atender a população e atender às preocupações das pessoas e o sofrimento de quem está na rua. Não de quem está de fora no bem e bom dando palpite e criticando.
Candidato, a gente está chegando no final. Eu tenho mais uma pergunta. Eu queria só fazer um comentário. Não é uma questão de olhar pra trás. O eleitor para escolher o candidato tem que olhar para trás, para a sua história, e saber o que o senhor fez para, aí sim, escolher votar no senhor ou não.
Perfeitamente. É que a gente só falou do "para trás", mas tudo bem.
Mas é a sua atuação, né?
Está ótimo. Eu estou feliz e grato pela oportunidade de poder falar aqui, de poder apresentar alguma coisa e até comentar o "para trás", que eu acho que é importante esclarecer.
Nós também. Candidato, eu queria fazer uma pergunta sobre Habitação. Tem uma proposta que o senhor faz de reformar os edifícios do Centro que estão ocupados, cadastrar as famílias e redirecionar a programas habitacionais. O senhor vai tirar as famílias do Centro? O senhor não tira uma oportunidade para essas pessoas de trabalhar? Tem emprego e transporte muito melhor que na periferia. Esses prédios de fato estão ali desocupados e, quando o senhor fala reformar, é reformar para quê? O senhor reforma e vai transformar aquilo em uma repartição pública? O senhor vai devolver para o proprietário? Como isso funcionaria?
Deixa-me te dizer... Realmente o meu programa de governo deve estar bem mal escrito, porque é ao contrário.
Eu vou, primeiro ponto é o seguinte: prédio invadido é invadido. Ele tem um proprietário. O proprietário entra na Justiça e, se ele pede a reintegração de posse, o prédio é dele. Mas deixa eu te dizer com relação a esses prédios, porque é interessante. Tem 100 prédios ocupados no Centro, ou 80, desde a época do [ex-prefeito Fernando] Haddad. Foram ocupando e até agora ninguém mexeu. Não só ninguém mexeu uma palha, como ninguém perguntou nada. Só quando caiu aquele prédio no [largo do] Paissandu. Eu quero fazer um modelo muito parecido com um modelo de urbanização de favelas. É ao contrário. É conversar com quem está ocupando os prédios hoje. É conversando com o proprietário do prédio, e o poder público, e ir conversando também com construtoras privadas, fazer o retrofit desses prédios, para poder dar condições de quem está morando lá hoje poder comprar o apartamento. Esse é o ponto. Entendeu? Invés de eu tirá-lo e fazer um predinho Minha Casa Minha Vida, como o Haddad fez lá no parque dos Búfalos a 40 km daqui do Centro, não. Eu quero tentar fazer o que a gente fez em Paraisópolis. O que fizemos no cantinho do CEU, o que fizemos na Vila Nilo, na zona norte. É fazer a urbanização de uma favela. Lá são favelas verticais hoje, infelizmente. Então, é tentar viabilizar com o proprietário que não está conseguindo desocupar o prédio e nem vai conseguir. A prefeitura pode desapropriar, contratar a reforma e fazer a venda como uma unidade de interesses sociais no centro da cidade. Permitindo que as pessoas possam ter a sua habitação reformada sem ter que ser removida ou transferida de onde elas acabaram fazendo a vida delas. Agora, lógico que a gente precisa conseguir o acordo também com os proprietários porque é uma iniciativa. Vamos dizer, é um prédio privado que está invadido. Muitos não estão pagando o IPTU, então você pode retomar. Então, tem que analisar caso a caso. Mas o objetivo é fazer habitação e preferencialmente para quem já está morando no lugar.
Candidato, a gente está chegando no final. Queria que o senhor fizesse as suas considerações finais, por favor.
Olha, eu queria agradecer muito ao SBT pela oportunidade que vocês estão dando, que a legislação eleitoral engessou muito e acabaram os debates. Então, os candidatos que não são celebridades de televisão, ou não são políticos profissionais no cargo, ficam sem espaço para poder defender as suas ideias. Inclusive, para defender como eu acabei fazendo, sobre os pontos mal entendidos que pode ter sobre as nossas propostas. Então, eu fico muito satisfeito com as perguntas que vocês fizeram. Olha, não tenham dúvidas, porque eu acho que é sempre importante a gente esclarecer para a população e por os "pingos nos is", onde eles precisam. Super obrigado a vocês e mais uma vez ao SBT pela oportunidade.
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