Valores esquecidos nos bancos: clientes ainda têm R$ 8,69 bi a receber

O Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira (8) o total dos valores esquecidos no sistema financeiro pelos brasileiros. De acordo com o Sistema de Valores a Receber (SVR), R$ 8,69 bilhões ainda não foram sacados de um montante de R$ 17,63 bilhões postos à disposição dos clientes pelos bancos neste último período. O levantamento remonta ao fim do mês de novembro de 2024.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de atraso. Os dados de dezembro, segundo mês após o repasse do dinheiro ao Tesouro, só serão apresentados em 7 de fevereiro.

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Até o fim de novembro, 27.411.547 correntistas já haviam resgatado valores, o que representa 36,15% do total de 75.832.439 correntistas com direito a receber algum valor desde o início do programa, em fevereiro de 2022. Do montante, 25.279.680 são pessoas físicas e 2.131.867 são pessoas jurídicas.

Entre aqueles que ainda não fizeram o resgate, 44.546.559 são pessoas físicas e 3.874.333 são pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas que não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber que vão de R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 23,68% dos correntistas. Já as quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam apenas 9,68% dos clientes. Só 1,75% dos beneficiários têm direito a receber mais de R$ 1 mil.

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Valores vão para o Tesouro Nacional

De acordo com o BC, os “recursos esquecidos” foram transferidos para o Tesouro Nacional e aguardam a publicação de um edital com as novas regras para o saque. Caso o dinheiro não seja solicitado nos próximos 25 anos, será incorporado definitivamente ao patrimônio da União. Embora o recurso tenha sido transferido para o Tesouro, as estatísticas continuarão a ser atualizadas, com a inclusão de dados que estavam defasados.

O Sistema de Valores a Receber (SVR) ficou fora do ar por quase um ano e foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos e novas regras.

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O repasse ao Tesouro ocorreu para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Portanto, os R$ 8,7 bilhões serão somados aos R$ 55 bilhões que irão para o caixa do governo para custear a extensão do benefício, mas a decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF), que aprecia ação que questiona a constitucionalidade da devolução ao Tesouro.

Alerta contra golpes

O Banco Central alerta os correntistas sobre os golpes de estelionatários que se passam por representantes do BC. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos e que não envia links, nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais. O BC também pede aos cidadãos que não forneçam dados pessoais ou senhas.