Brasil pede aos EUA que alimentos e Embraer fiquem fora de tarifaço
Governo diz trabalhar por suspensão de taxas em todas as áreas; negociações seriam confidenciais

SBT News
com informações da Reuters
O governo brasileiro pediu aos Estados Unidos para excluir os setores de alimentos e a fabricante de aeronaves Embraer da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, confirmou à Reuters nesta terça-feira (29) uma fonte brasileira envolvida diretamente nas negociações.
A informação foi publicada primeiro pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pela Reuters.
Este é o pedido principal das conversas recentes dos negociadores brasileiros com os norte-americanos, incluindo os telefonemas do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
A informação foi negada pela assessoria do MDIC, que afirmou que o governo trabalha pela suspensão das tarifas para todos os setores. Nos bastidores, entretanto, o governo admite que há questões prioritárias.
Segundo a fonte ouvida pela Reuters, há uma cláusula de confidencialidade nas negociações e, além disso, o governo não pode passar a impressão de que estaria trocando alguns setores por outros, mas o pedido se justifica pela gravidade do impacto sobre algumas áreas determinadas.
A Embraer é hoje a maior preocupação do governo brasileiro, uma vez que a empresa tem dezenas de entregas pendentes para companhias aéreas norte-americanas e teria dificuldades de manter a operação atual com cancelamentos ou adiamentos de contratos.
No caso do suco de laranja, produtores cogitam não colher parte das frutas, caso a taxação se confirme, porque o custo não se justificaria.
Impacto das tarifas
Combustíveis, ferro e aço, aeronaves e máquinas são alguns dos produtos centrais na relação comercial entre EUA e Brasil. Além deles, a preocupação está no futuro das exportações de matérias-primas para consumidores americanos, como café, carne bovina, suco de laranja, frutas e especiarias.
O setor de papel e celulose, que tem nos Estados Unidos um de seus principais destinos, também enfrenta vulnerabilidade.









