2024: Ano bissexto reduz prejuízo do comércio com feriados nacionais
Este ano vai ter quase a metade das folgas prolongadas de 2023; supermercados são beneficiados
Quase a metade dos feriados nacionais deste ano vai cair no fim de semana. Tudo por causa de um diazinho só a mais: o calendário bissexto de 2024, que faz com que fevereiro tenha 29 dias, reduziu o número daquelas folgas prolongadas que todo mundo espera.
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Quer dizer, nem todo mundo. Setores do comércio perdem vendas com mais dias de folga, e a redução dos feriados pode diminuir também o prejuízo das empresas. Givanildo Aguiar, que é gerente de um supermercado em Brasília, afirma que mesmo trabalhando a todo vapor durante os dias de descanso dos trabalhadores de outras áreas, o movimento não é o mesmo.
"Durante os feriados, todo mundo quer dar uma escapadinha. Entao, nós dos supermercados a gente absorve uma queda que gira em torno de 9% e 10% no nosso movimento. Ou seja, cai-se a receita e aumenta a despesa uma vez que a gente precisa pagar em dobro esse dia trabalhado pelo nosso funcionário. Mas a gente com sabedoria e discernimento, a gente consegue equilibrar essa conta"
Pesquisa
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os supermercados e as lojas de veículos são os setores do varejo que mais sentem o impacto negativo de feriados durante a semana. Em 2024 a estimativa é de que estes segmentos deixem de faturar aproximadamente R$ 13 bilhões (R$ 12,72 Bi). Apesar de o estudo apontar que outros mercados - como o turismo - são favorecidos pelos dias de folga, o prejuízo para todo o setor varejista é estimado em R$ 28,0 bilhões (R$27,92 Bi).
A partir de 1º de março/24, entra em vigor uma portaria que foi editada pelo Ministério do Trabalho em novembro do ano passado, e que determina que os trabalhadores do comércio só poderão atuar em feriados se tiverem a autorização prevista em convenção coletiva de trabalho. Para parcela dos empresários, trata-se de uma restrição. Mas, para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), que é favorável à abertura em feriados, é uma valorização dos acordos fechados entre categorias.
"Porque o que a gente deixa claro e a parte patronal tem consciencia disso é que no feriado nao é dia normal de trabalho. é um dia excepcional em que os trabalhadores tem que ter garantido os seus direitos, né? e como tambem algumas vantagens excepcionais que os patroes tem essa consciencia" - Luiz Carlos Motta, presidente da CNTC