O que as pérolas, os porcos, os cães e a arte de discernir têm em comum?

Em um mundo cada vez mais complexo e sonoro, encontramos nas páginas da Bíblia palavras de sabedoria que ecoam com extraordinária relevância em nossa realidade.

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Uma que mais me intriga é a passagem de Jesus em Mateus 7:6:

" Não considere o que é sagrado aos cães, nem joguem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão."

O cão, em sua natureza, não consegue apreciar o valor de algo sagrado. Da mesma forma, um porco jamais entenderá a beleza e o valor de uma pérola rara. É com base nesses fatos óbvios que Jesus nos avisou. E para que fique claro, Ele não está falando sobre a alimentação dos nossos animais de estimação!

Pérolas, nos tempos antigos, eram consideradas de valor inestimável. Quando Jesus fala sobre dar pérolas aos porcos, Ele nos convida a refletir sobre a importância de discernir a quem e quando compartilhamos nossa sabedoria, nossos recursos, nosso tempo e nossa energia.

E aqui, nos negócios e na vida, não é todo cliente, parceiro ou colaborador que valorizará sua proposta, visão ou serviço. Assim como você não daria um diamante a alguém que pensa ser apenas um pedaço de vidro, é crucial proteger suas ideias e investimentos daqueles que não os apreciam.

Dar pérolas aos porcos não é apenas inútil; é perigoso.

Em um contexto empresarial, isso pode significar gastar recursos em projetos sem futuro ou investir em relações comerciais que acabam prejudicando sua marca ou comunicação. A questão é: o valor não reside apenas nas "pérolas" que oferecemos, mas em nossa capacidade de discernir onde, para quem e quando oferecer. Ao invés de espalhar seus recursos indiscriminadamente, o foco é essencial onde eles terão o impacto máximo.

Da mesma forma que as pérolas, o "sagrado" indicado por Jesus refere-se ao que é precioso para nós. Em nossas vidas e carreiras, é essencial considerar o que é sagrado e tratá-lo com o devido respeito. Ao discernir corretamente a quem oferecemos nossas "pérolas", evitamos conflitos desnecessários. Nos negócios, isso significa evitar parcerias problemáticas ou investimentos arriscados que podem levar a disputas e perdas.

Contudo, discernir nem sempre é fácil. Requer prática, experiência e, muitas vezes, aprendizado com os erros.

No entanto, à medida que aprimoramos essa habilidade, nos tornamos mais seguros em nossas decisões. E Jesus, em sua sabedoria, não estava desencorajando o ato de dar, mas sim enfatizando a importância de dar e falar com discernimento. Ele nos desafia a valorizar as relações que reconhecem e respeitam o que oferecemos.

É fundamental ajudar os outros sem esperar nada em troca, mas é igualmente importante garantir que nossos esforços, nosso carinho e, mais crucialmente, o que temos de mais sagrado, sejam destinados a pessoas que realmente os valorizam.

No mundo dos negócios, as empresas que prosperam são frequentemente aquelas que aprendem a discernir onde investir seu tempo, energia e recursos. Elas se registram como oportunidades de ouro e evitam as armadilhas.

A lição de Jesus é universal e atemporal. Seja na vida pessoal, na espiritualidade ou nos negócios, a sabedoria de discernir é uma habilidade inestimável. Tanto na vida quanto nos negócios, o equilíbrio é chave. Ao equilibrar nossa generosidade com o discernimento, garantimos que nossas "pérolas" sejam valorizadas e protegidas.

Convido você a refletir sobre suas "pérolas".

• Onde você está lançando?
• O que é para quem você está falando?
• Você está dizendo o que é sagrado com discernimento?

As palavras de Jesus, embora milenares, continuam relevantes, desafiando-nos a viver e a fazer negócios com sabedoria e propósito.