Procura por crédito tem nova retração no mês de agosto
Serasa Experian: desde junho do ano passado a procura dos consumidores não cresce devido aos juros altos

Guto Abranches
Os consumidores buscaram menos por crédito no mês de agosto. A constatação é do Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian: a retração foi de 8,4%, em comparação ao mesmo período de 2022. Abaixo a variação anual dos últimos 12 meses.
Em relação ao mês de julho, a queda do indicador foi menor: 2,5 pontos percentuais a menos. Logo, o 'indicador' melhorou, ainda que haja diminuição da procura por financiamentos e empréstimos.
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"Desde junho do ano passado o indicador de demanda dos consumidores por crédito não registra números positivos. Isso é um reflexo das altas taxas de juros que desencorajam os brasileiros a se comprometerem com dívidas além das quais já possuem", avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Mesmo a redução na taxa Selic - o primeiro movimento neste sentido foi em agosto -, por sua magnitude ( corte de 0,5 ponto percentual), não teve efeito mais contundente no estímulo ao consumidor. Mas a sequência das baixas na Selic, já no horizonte do Copom, pode ajudar no longo prazo.
" Como era previsto, tivemos uma redução na taxa Selic em agosto, que foi de 13,75% a 13,25% ao ano. Apesar de pequeno, esse corte deve direcionar a uma melhora no quadro inflacionário do país e de forma lenta, mas progressiva, fomentar o consumo de recursos financeiros" - Luiz Rabi, Serasa Experian.
Faixas de renda
Os consumidores que ganham acima de R$ 10 mil reais tiveram a menor queda (-7,4%) em busca por crédito; já aqueles que ganham até R$ 500 renunciaram mais na busca por financiamentos e empréstimos: 10,5%. Veja na tabela a seguir o detalhamento completo.
Em termos regionais, o estado do Espírito Santo acusou alta de 2,9% na tomada de recursos e Santa Catarina também buscou mais pelo dinheiro, subindo 0,2%. Todos os demais estados tiveram quedas. Na ponta oposta, o Mato Grosso diminuiu em 21,02% a demanda.
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