Endividamento registra queda em agosto, mas inadimplência sobe para 30%
Cenário é influenciado pela taxa de juros elevada e crédito mais caro
Um balanço da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que a taxa de endividamento caiu 0,7% em agosto deste ano, representando 77,4% das famílias brasileiras. Com a segunda queda desde novembro de 2022, o volume de endividados chegou ao menor nível desde junho de 2022.
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Entre as principais modalidades de dívidas dos brasileiros está o cartão de crédito, que, mesmo liderando o ranking, apresentou redução de 85,9%, em julho, para 85,5% em agosto. Também é possível observar uma leve redução, de 0,1 ponto percentual, do volume de endividados no cheque especial (4,1%) e no crédito consignado (5,1%).
Apesar do cenário positivo, o indicador de inadimplência registrou crescimento, chegando a 30% da população - maior proporção desde novembro do ano passado. O volume de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores é o maior da série histórica - iniciada em 2010 -, com 12,7% dos consumidores.
"A queda do endividamento é um sinal positivo de que mais famílias estão conseguindo controlar melhor suas dívidas e ajustar seus orçamentos", afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. "Contudo, a taxa de juros elevada e o crédito caro ainda são empecilhos à melhoria da situação financeira dos brasileiros", acrescenta.
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Segundo a CNC, a estimativa é que a proporção de consumidores endividados continue diminuindo nos próximos meses, chegando a cerca de 77% em setembro. A previsão também aponta, no entanto, que o endividamento deve voltar a crescer na reta final de 2023, encerrando o ano próximo de 78% do total de famílias no país.