Jovens são quase metade das pessoas que trabalham com venda direta no Brasil
Levantamento aponta que as ferramentas digitais são essenciais para esses empreendedores
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Os jovens representam quase metade das pessoas que trabalham com a venda direta de produtos e serviços. O levantamento, que mostra a nova cara do setor, aponta ainda que as ferramentas digitais são essenciais para esses empreendedores.
Começou como um bico, em 2016. Na época, o Lucas Rafael de Souza resolveu vender panelas numa rede social. Ele foi aumentando a clientela aos poucos, até que três anos depois decidiu abandonar o emprego de motorista, com carteira assinada, pra abrir uma loja física em Sumaré, no interior paulista.
"É correria, a gente chega cedo, já emite as notas, começa a embalar, depois atende telefone, chama motoboy se precisar, acaba de embalar os pedidos, faz entrega, para pra almoçar, e assim até acabar o dia", conta o jovem. 60% do faturamento dele, que é de R$ 50 mil por mês, vem dos chamados market place, as lojas de negócios virtuais.
O mercado de venda direta ganhou uma nova cara nos últimos anos. Antes era associado a donas de casa em busca de uma renda extra, mas agora tem forte presença dos jovens. Quase metade dos 3,5 milhões de empreendedores do setor têm entre 18 e 29 anos.
As mulheres ainda são maioria, mas os homens têm conquistado espaço e já são mais de 1 milhão. Entre os principais motivos para escolher a atividade estão a flexibilidade de tempo e o fato de ser seu próprio chefe. E pra fechar negócio os aplicativos de mensagens e redes sociais são fundamentais. Hoje o mercado movimenta R$ 45 bilhões por ano no Brasil, sendo o maior da América Latina e o 7° no mundo.
Para o economista Hugo Garbe, da universidade Mackenzie, de São paulo, este tipo de atividade tende a ocupar menos espaço no mercado de trabalho com a volta do crescimento da economia: "a tendencia é que pros próximos anos, com maior geração de emprego e renda, o empreendedorismo por necessidade diminua, mas ele sempre foi uma característica do brasileiro, nunca vai sumir por completo".