Ata do Copom faz bolsa oscilar o dia todo; fechamento tem queda de 0,61%
Documento do BC deixa claras diferenças de opiniões em relação ao momento do início do corte de juros
A esperada Ata do Copom, com detalhamento dos motivos que levaram à manutenção da Selic na reunião do dia 21 de junho, dividiu mais as opiniões do que se imaginava. Para não dizer que provocou foi confusão, mesmo. O documento divulgado pelo Banco Central (BC) nesta 3ª (27.jun) sugeriu ao mesmo tempo que é sim, possível, haver corte de juros no encontro do Comitê de Política Econômica (Copom) no início de agosto: mas também deixou no ar que houve divergências entre os senhores diretores do comitê quanto ao caminhar dos indicadores de inflação que balizam as decisões. Este vai e vem de ideias e opiniões mexeu pra cima e pra baixo com os negócios na bolsa durante todo o dia.
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Traduzindo o economês, houve um grupo maior, entre os diretores, já na reunião do Copom, que enxergavam espaço para dar início aos cortes de juros em agosto; mas uma parcela menor dos executivos era partidária de maior cautela. Pelo sim pelo não, no comunicado pós reunião a manifestação dos dirigentes foi pela manutenção mesmo da taxa em 13,75%, e sem sinalização quanto aos cortes.
Um e outro
A Ata divulgada agora tem outro tom. Deixa mais aberto o caminho para o corte de juros. E ainda fala explicitamente na diferença de opiniões não apontada uma semana atrás. Confira abaixo um trecho da Ata lido com particular interesse ao longo do dia.
Em função da exposição do BC, os agentes financeiros emitiram análises e repercussões sobre os prognósticos para a política monetária a partir de agosto. Em carta aos clientes -- reproduzida abaixo -- assinada pelo economista-chefe, Fernando Honorato, o Bradesco manifestou assim as conclusões a partir da Ata.
Até concluir:
O setor produtivo também emitiu sua avaliação. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) publicou a seguinte nota, assinada pelo economista-chefe da entidade, Igor Rocha. Acerca da Ata, a Fiesp diz que [o Copom]
" reconhece que câmbio, preço das commodities e o novo arcabouço fiscal ajudam no processo de desinflação da economia. Um dos pontos de maior atenção foi a avaliação predominante de que o processo desinflacionário em curso pode permitir uma flexibilização, ainda que parcimoniosa, da política monetária na próxima reunião do comitê. O documento veio com um tom mais ameno quando comparado com o comunicado divulgado imediatamente após a decisão tomada na última quarta-feira (21/6). Nesse contexto, poderá ocorrer um corte de 0,25 p.p. em agosto" - economia / Fiesp
Interpretação de tempo
As trocas de informações e opiniões entre os especialistas e investidores ao longo do dia provocaram alternâncias nos números do Ibovespa durante toda a 3ª feira. Ao final do dia, a bolsa fechou com queda de 0,61% aos 117.522 pontos. O dólar voltou a subir: 0,95%. E fechou cotado para venda a R$ 4,81.
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