Produção industrial cai 0,6% em abril, mostra IBGE
Produtos alimentícios derrubaram o índice; na comparação anual, queda chega a 2,7%
A produção industrial brasileira recuou 0,6% entre março para abril. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) foi divulgada nesta sexta-feira (02.mai) pelo IBGE. Em relação a abril de 2022, a indústria teve retração de 2,7% na produção. No ano, acumula queda de 1,0% e, em 12 meses, variação negativa de 0,2%.
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No mês de março a produção da indústria tinha interrompido uma série de dois meses em queda, quando subiu 1,0%. Os números de abril colocam a indústria 2,0% abaixo do nível pré-pandemia.
"Diferentemente dos últimos três meses do ano passado, quando tivemos um saldo positivo acumulado de 1,5%, no início de 2023 há uma maior presença de resultados negativos. Em abril, observamos uma maior disseminação de quedas na produção industrial, alcançando 16 dos 25 ramos industriais investigados. Esse maior espalhamento de resultados negativos não era visto desde outubro de 2022", analisa o gerente da PIM, André Macedo - IBGE
Os produtos alimentícios pesaram fortemente sobre o resultado, com -3,2%; foi o quarto mês seguido de queda na produção, acumulando índice negativo de 7,3%. Antes dessa sequência no vermelho, o setor acumulava ganhos de 20,2%. O que pesou em abril foi a cana-de-açucar do centro-sul do país, atenuada pelo avanço de carnes e bovinos, já sems as restrições de exportações para a China.
Já máquinas e equipamentos caíram 9,9% e veículos automotores, reboques e carrocerias baixaram 4,6%. E o custo dos juros altos se fez sentir sobre o segmento, por conta da dificuldade de acesso ao crédito, vital para o ramo de atividade. " Esse segmento é um exemplo dos efeitos da manutenção de taxa de juros em patamares mais elevados, por conta do encarecimento e da maior dificuldade na concessão do crédito. Taxas de inadimplência elevadas e o maior endividamento das famílias também afetam o setor e o total da indústria", comenta Macedo.
Altas por setor
O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis teve alta de 3,6%, exercendo o maior impacto positivo. Terceira alta seguida, até acumular 6,3%. Entre as grandes categorias econômicas, Bens de Consumo Semi e não Duráveis subiu 1,1%; Bens Intermediários 0,4%. Já Bens de Capital caiu 11,5%, e Bens de Consumo Duráveis baixou 6,9%.
Frente a abril de 2022, a indústria recuou 2,7%, com resultados negativos em 18 dos 25 ramos pesquisados. As principais influências negativas vieram de produtos químicos (-12,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,7%) e máquinas e equipamentos (-14,3%).
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