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Economia

Juros pesaram mais para a indústria do que impostos em 2022

Aumento dos custos de capital e financiamentos chegou a 35,8% do total

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Produção da indústria
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A pressão dos custos sobre a produção industrial subiu 10,7% em 2022 na comparação ante o ano anterior. O levantamento consta do Indicador de Custos Industriais (ICI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quinta-feira (25.mai).

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Para este resultado global, o componente que mais teve impacto sobre os gastos das fábricas para produzir foi o custo de capital ( "preço do dinheiro") de que o empresário precisa para investir, por exemplo, na expansão do parque fabril. Nada menos do que 35,8% acumulados nos quatro trimestres que percorreram o ano passado frente a 2021.

Na mesma retranca, o índice subiu 9,8% do quarto trimestre/21 para o período equivalente no ano passado. Já o último trimestre de 2022 sobre o período julho/setembro de 2022 exibiu estabilidade. A CNI explica que a alta ocorreu devido aos sucessivos aumentos da taxa básica de juros (Selic), que subiu de 9,25% ao ano, no fechamento do quarto trimestre de 2021, para 13,75% ao ano, no fechamento do quarto trimestre de 2022. Na comparação do terceiro com o quarto trimestre de 2022, o custo com capital se estabilizou em patamar elevado devido à manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. 

Ainda de acordo com a CNI, a Selic no patamar atual contribui para o encarecimento do custo do crédito para os empresários e influencia decisões como investimento e compra de maquinário. 

Evolução dos custos da indústria | CNI - Reprodução/SBT

Peso dos impostos 

Em todas as comparações relacionadas pela CNI entre 2022 e 2021, houve redução do peso dos tributos e impostos sobre os custos para a indústria produzir. A pesquisa mostra que houve queda de 13% do custo tributário nesse período devido às desonerações de PIS/Cofins sobre combustíveis e redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre alguns produtos industriais fabricados no Brasil. Veja a evolução no gráfico abaixo. 

Custos de produção x tributos | CNI - Reprodução/SBT

Energia 

O custo com energia aumentou 23% em 2022 em relação a 2021, resultado da alta de 35,1% para o óleo combustível, 58,4% para o gás natural e 1,2% para a energia elétrica no período, entre outros segmentos. Na comparação do quarto com o terceiro trimestre de 2022, houve queda de 3,7% no custo de energia, após um longo período de aumento nos custos. 

Pessoal

O custo com pessoal, medido pelo rendimento médio do trabalhador da indústria, aumentou 11,8% na comparação entre 2021 e 2022. Esse resultado pode ser explicado pelo avanço do número de pessoas ocupadas e pela recuperação do rendimento médio, fatores que marcaram o mercado de trabalho em 2022. As sucessivas altas do rendimento médio ao longo de 2022 geraram um aumento de 13,4% na massa salarial, enquanto o emprego avançou apenas 1,4% na comparação de 2022 com 2021. 

Bens intermediários avançaram 14,5%, puxado pelos aumentos dos custos de insumos importados (+15,2%) e bens intermediários nacionais (+14,4%). Entre os fatores que explicam esses aumentos de custos estão a guerra na Ucrânia e a desorganização das cadeias produtivas no pós-covid. 

Os empresários industriais indicaram, nas Sondagens Industriais da CNI, que o problema de falta ou alto custo de matéria-prima ocupou a primeira posição entre os três principais problemas da indústria durante três dos quatro trimestres de 2022.

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