Desigualdade no Brasil atingiu menor nível dos últimos 10 anos em 2022
Rendimento médio da população cresceu 6,9%, segundo o IBGE

Luciane Kohlmann
A desigualdade no Brasil chegou ao menor nível dos últimos 10 anos em 2022. Comparado a 2021, o rendimento médio da população cresceu 6,9%. Segundo o IBGE, essa recuperação está ligada aos programas sociais e à melhora do mercado de trabalho.
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Débora Macedo e o marido têm uma produtora de áudio. Com a queda de renda na pandemia, o casal precisou trocar o aluguel de dois imóveis por um só, e passou a trabalhar em casa: "o ritmo voltou, as agendas voltaram a ficar cheias, mas não eram os mesmos cachês".
Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal per capita foi de R$ 1.586. Em 2021, o valor médio foi de R$ 1.484.
"A gente teve ano passado ano eleitoral, que teve bastante injeção de renda, via programas sociais, via transferências, mas o que teve também é essa recuperação do mercado de trabalho, porque na composição da renda das famílias a renda do trabalho é a que tem maior peso" diz Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE.
Com rendimento maior e mais trabalho, o índice de Gini, que mede a diferença de renda da população, ficou em 0,518. Quanto mais perto de zero, menos desigual é o país. Em 2021, o índice era de 0,518.
Apesar dos avanços, a concentração de renda continua elevada, 1% da população possui renda média mensal acima de R$ 17 mil reais. O valor é 32 vezes maior que o rendimento médio da metade da população brasileira, que é de R$ 537.
Para o economista Carlos Honorato, especialista em cenários político-econômicos, os programas sociais ajudam a reduzir o abismo social, mas é preciso sustentar essa melhora: "nós tínhamos caído num poço em 2020, 2021. Então é uma recuperação. Não é bem um crescimento. A gente só consegue manter qualquer distribuição de renda, ou melhora de remuneração, de salário, se você melhorar a produtividade, e a nossa produtividade é uma das melhores do mundo".
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