Supermercados registram queda no estoque de ovos e enxaguante bucal
Oferta do arroz também apresenta baixa em meio ao menor volume de colheita
Camila Stucaluc
Os primeiros meses do ano foram marcados pela ruptura do ovo de galinha nos supermercados. É o que aponta uma pesquisa da empresa Neogrid, que registrou uma queda de 14% em janeiro e de 16% em fevereiro na oferta do produto, sobretudo devido à alta do preço, que já acumula quase 20% nos últimos 12 meses.
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"Esse aumento é decorrente da recomposição dos custos de produção, especialmente do milho e da soja, usados na ração dos animais, cujos preços subiram fortemente em 2022. Além disso, os preços costumam subir durante a Quaresma, visto que o consumo de carnes diminui, elevando a procura por ovos", explica Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid.
Segundo a pesquisa, o mesmo aconteceu com o enxaguante bucal, que durante o período do carnaval de 2023 registrou queda na oferta de 10,5% em janeiro e 13,8% em fevereiro. Por outro lado, o arroz, que se manteve estável durante o ano passado, registrou alta em janeiro, chegando a 16,1%. O cenário é causado pelo menor volume de colheita.
Cenário de ruptura em 2022
De acordo com o Índice de Ruptura da Neogrid, a variável fechou em 10,6%, em 2022. O estudo realizado pela empresa mostra que entre maio e dezembro de 2022 foram registrados os maiores índices de queda de estoques do ano, com 11,9%, próximo da média de 11,87% do ano de 2020.
Dentre os itens que mais faltaram nas redes de supermercados e atacarejos estão os alimentos derivados do leite, com uma média de ruptura de 14,5% ao longo do ano. "Além da indisponibilidade, o consumidor encontrou alta nos preços desses produtos. O leite longa vida, matéria-prima para diversos produtos, representou um aumento de mais de 41% ao longo do ano", diz Maria Zacharias, diretora de Novos Negócios na Horus.
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Outros produtos que também estiveram em falta foram os eletroportáteis, produtos da linha verde e linha marrom, que incluem celular, modem, smartwatch e tablet, por exemplo. Para Neogrid, isso é um reflexo da crise de semicondutores, ou chips, causada em função da guerra na Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022.