Bolsa fecha em ligeira queda em dia de turbulência pelo Credit Suisse
Banco Suíço puxou papéis do setor e índices das bolsas internacionais para resultados negativos
Guto Abranches
A 4ª feira (15.mar) foi marcada por solavancos dos fortes, no mercado financeiro internacional. Mal o cenário da finança global se recuperou das quebras do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank (SB) nos Estados Unidos (Relembre aqui o caso), desta vez um bancão de porte e peso global, o Credit Suisse (CS), segundo maior da Suíça, mexeu com os corações e mentes de analistas e investidores ao redor do planeta.
O anúncio de que o acionista principal da instituição, o Saudi National Bank, não fará mais aportes relevantes no CS, precipitou a queda dos papéis do conglomerado em mais de 30%. "É um terremoto o que se assistiu hoje na Europa", classifica Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV.
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Em outras palavras, foi dada a senha para uma maior aversão aos riscos do sistema bancário internacional, que absorvera com razoável desenvoltura as medidas adotadas pela autoridade monetária dos Estados Unidos: no domingo, o Federal Reserve e o Tesouro americano garantiram a segurança dos depósitos dos correntistas das instituições que, lá, passaram a ser administradas por reguladores federais.
Agora, trata-se de uma instituição que tem tamanho para ver serem sacados, só nos últimos quatro meses do ano passado, mais de US$ 120 bilhões. É tão relevante que o noticiário negativo em torno do CS levou as principais bolsas européias, no início dos pregões, a desabarem entre 2% e 3%.
Autoridade em ação
De forma semelhante a reação nos Estados Unidos diante das quebras por lá, o Banco Nacional Suíço entrou rapidamente em cena para assegurar que o Credit Suisse está com dinheiro em caixa mas que socorrerá a instituição em caso de prejuízo à liquidez disponível à clientela. (confira nota oficial abaixo).
A FINMA, supervisora da atividade financeira na Suíça, divulgou nota oficial atestando que o CS cumpre os requisitos de capital e liquidez exigidos de bancos do seu porte e relevância. E descartando risco de contágio a partir das falências de SVB e de SB nos EUA. Mesmo com as garantias, os principais pregões do continente europeu fecharam em quedas relevantes. Confira:
- DAX (Alemanha): - 3,27%
- CAC (França): -3,58%
- IBEX (Espanha): - 4,37%
- Reino Unido: - 3,89%
- Italia 40: - 4,75%
Nos Estados Unidos as bolsas alternaram resultados:
- Dow Jones: - 0,87%
- S&P 500: - 0,69%
- Nasdaq: + 0,05%
O Ibovespa chegou a baixar à menor marca do ano, em 100.692 pontos. Ao final do pregão diminuiu as perdas mas ainda assim fechou em queda: - 0,25% aos 102.675 pontos. Dólar em alta de 0,68% cotado para venda a R$ 5,29.
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