Mercado recebe bem a reoneração dos combustíveis mas quer definições
Ações da Petrobras amparam desempenho do Ibovespa, mas não evitam queda; dólar sobe
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A bolsa de valores de São Paulo mostrou-se simpática ao encaminhamento da questão dos impostos sobre os combustíveis. Ao final desta segunda-feira, (27.fev) o Ibovespa encerrou o pregão muito próximo sim do zero a zero, mas de maneira geral os analistas acreditam que o tratamento dado à questão foi mais positivo do que refletiram os números de mercado.
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Um dos indicadores da aceitação da forma como a questão está sendo encaminhada, foi a cotação dos papéis da Petrobras: as ações PN (PETR4) subiram 0,69%; os papéis ON (PETR3) foram além, alta de 1,65%. O resultado global sobre o pregão, no entanto, apontou leve queda de 0,08% aos 105.711 pontos. No câmbio, leve desvalorização ante o dólar, cotado a R$ 5,20 em alta de 0,16%.
Porque mais positivo
Aos olhos de boa parte dos investidores, a volta dos tributos federais sobre combustíveis está em linha com a promessa do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de apresentar novo arcabouço fiscal até o meio do ano. O peso da tributação vai nessa linha, à medida que garante a renovação da receita que havia sido deixada de lado a partir da desoneração.
Em outras palavras, cerca de R$ 30 bilhões de reais voltam a fluir em direção aos cofres públicos, suportando algum respiro para o equilíbrio das contas públicas. "Esse anúncio, voltando a cobrança de Pis/Cofins e tudo o mais, isso facilita no recebimento de receita, ao redor dos R$ 50 bi que vão em direção ao ajuste fiscal do governo", calcula Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos.
Política das coisas
Isso sem deixar de mencionar, que a ação, defendida majoritariamente pela equipe capitaneada por Haddad, marca um ponto estratégico versus o cinturão ideológico que existe próximo a Lula, e que é contra a volta dos tributos sobre a gasolina e o etanol para que não haja pressão sobre a inflação - e nem dar combustível para a ação política dos adversários do novo governo.
"Uma prorrogação da prorrogação da isenção dos tributos tiraria, aos olhos do mercado, credibilidade do ministro da Fazenda", aponta Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos. "A chance de Haddad apresentar alguma coisa forte para a frente [no âmbito do equilíbrio fiscal] seria muito pequena", define.
"Data de validade"
O Ministério da Fazenda confirmou nesta segunda-feira (27.fev) que os impostos federais voltam a ser cobrados sobre os combustíveis a partir de quarta-feira (01.mar). A decisão teve repercussão tendendo ao positivo, pelo mercado financeiro. Ainda não estão definidas as proporções específicas de reoneração para PIS/Cofins e Cide, mas é certo que sobre os combustíveis fósseis [gasolina] a proporção tributária será maior do que sobre o biocombustível [etanol].
A desoneração havia sido aprovada pelo governo de Jair Bolsonaro em meio às turbulências do momento eleitoral do segundo semestre do ano passado. Ao tomar posse, o Presidente Lula (PT) assinou medida provisória prorrogando por dois meses a isenção dos impostos, medida que vigora até esta terça-feira (28.fev) e não mais será prorrogada.
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