Importadores apoiam volta gradual de impostos da gasolina
"Se governo puder escalonar, é uma boa medida", diz Associação dos Importadores de Combustíveis

Roseann Kennedy
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) considera positiva a ideia em discussão no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de fazer uma reoneração gradual da gasolina e do etanol. "Eu vejo com bons olhos essa preocupação do governo para não ter impacto muito grande no bolso do consumidor. Se o governo tem possibilidade de escalonar é uma boa medida", disse o presidente da Abicom, Sérgio Araújo, nesta 2ª feira (27.fev), em entrevista ao SBT News.
Araújo observa que há perspectiva de redução do preço do barril do petróleo e outras medidas econômicas também podem suavizar o preço do combustível nos próximos meses. Por outro lado, se o Governo voltar a cobrar integralmente os impostos a partir de primeiro de março, a estimativa da Abicom é de que o litro da gasolina deve subir R$ 0,69 e o do álcool, R$ 0,24.
Nesta 3ª feira (28.fev) é o último dia da desoneração de Pis e Cofins sobre gasolina e o etanol. O presidente Lula editou a Medida Provisória em janeiro que prorrogou o benefício estabelecido no Governo de Jair Bolsonaro (PL). Mas a equipe econômica ressaltou que as contas públicas não podem absorver o impacto da isenção por muito tempo.
Esta 2ª(27.fev) está repleta de reuniões e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a decisão deve ser anunciada nesta noite ainda.
"É urgente e tem que ser decidido ainda hoje. A cadeia de combustíveis é complexa e previsibilidade é uma palavra que a gente tem que perseguir. Essa falta de definição não é saudável para o mercado", alertou o presidente da Abicom.
Óleo diesel, biodiesel e gás natural tiveram o benefício estendido até 31 de dezembro.
Nesta entrevista ao SBT News, Sérgio Araujo também aborda os temores no setor de mudança na política de preços da Petrobras.
Assista à íntegra da entrevista: