Carne sintética no Brasil, existe mesmo?
Sim, é verdade! A carne sintética existe e é uma realidade em desenvolvimento
João Kepler
A carne sintética, também conhecida como carne cultivada, é produzida a partir de células de animais cultivadas em laboratório.
O processo envolve a coleta de células animais, como células-tronco musculares, que são cultivadas em um ambiente controlado e alimentadas com nutrientes para crescer e se multiplicar, formando tecido muscular. A partir dessas células, é possível produzir carne que é quimicamente e nutricionalmente semelhante (inclusive em sabor) a carne convencional.
Embora a carne sintética ainda não esteja amplamente disponível no mercado, existem empresas em todo o mundo que estão trabalhando em sua produção e distribuição.
Várias empresas já estão produzindo carne sintética em pequena escala e vendendo para restaurantes e consumidores em algumas regiões do mundo.
A carne sintética tem potencial para fornecer uma alternativa mais sustentável e ética à carne convencional, com menor impacto ambiental e bem-estar animal, embora ainda haja questões regulatórias e de aceitação do consumidor que precisam ser abordadas.
Uma Startup que já está produzindo é a Mosa Meat que desenvolve em laboratório um hambúrguer que segundo eles: "De dar água na boca, cheio de sabor e que parece e cheira igual".
E no Brasil?
A chamada carne cultivada ou carne de laboratório deve chegar às prateleiras dos supermercados brasileiros em 2024. A BRF fez parceria com a startup israelense Aleph Farm, que já desenvolveu a tecnologia necessária em outros países.
A JBS e Cellva Ingredientes já levaram também a investir nas pesquisas para produzir carne cultivada e ingredientes. A maioria está focada em produtos não seguros, como é o caso de hambúrgueres.
A produção de carne sintética no Brasil já está sendo pesquisada e desenvolvida por várias empresas e instituições de pesquisa. Algumas dessas empresas já estão trabalhando em parceria com universidades e laboratórios para desenvolver tecnologias de produção de carne sintética, como a Startup Brasileira, a Ambi Real Food que é a primeira Startup de carne cultivada brasileira.
Os problemas para se tornar realidade e em escala no Brasil, vão desde as questões de custo de produção, aceitas do consumidor até a regulamentação governamental.
Hoje, a tecnologia ainda é cara. O quilo desse tipo de carne chega a custar US$ 1 mil (cerca de R$ 5,5 mil), mas a expectativa é ter o produto disponível nas gôndolas dos supermercados brasileiros com um valor bem mais acessível.
E o sabor?
Sim, já existe um bife de carne saboroso e um hambúrguer suculento sendo vendido. E o melhor: nenhum animal precisou morrer para saciar a fome.
A carne cultivada é carne real elaborada diretamente de células animais. Esses produtos não são veganos, vegetarianos ou a base de plantas, eles são carne de verdade, feitos sem ter que matar o animal.
Mas, por que isso?
Se hoje somos 7,7 bilhões de pessoas no planeta, em 2050, seremos 10 bilhões, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a produção de comida terá de ser 70% maior. Para isso, precisamos rever como nos alimentamos.
E se existisse uma maneira de comer carne sem matar bilhões de animais por ano, entusiasmada pela crise climática e com níveis elevados de colesterol? Essa é a chave!
O potencial para a carne sintética fornece uma alternativa mais sustentável e ética à carne convencional. Como toda a carne é composta por células, a produção da carne cultivada tem início justamente com a coleta das células bovinas. Este processo é feito em animais saudáveis, sem trazer nenhum tipo de dor ou prejuízo a qualidade de vida deles.
O processo em laboratório também é mais rápido. Enquanto na indústria tradicional só é possível ter o produto final em aproximadamente três anos, no laboratório a carne estará pronta em menos de um mês.
Cenas de um futuro distante? Se depender de cientistas e Startups, esta já é uma realidade. É o que eu chamo de olhar além do claro e subir de nível de consciência!
Pense nisso!