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Economia

Americanas publica decisão judicial e aponta dívida de R$ 40 bi

Montante em aberto é o dobro do inicialmente divulgado devido a revisões de resultados

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Rombo financeiro
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O rombo contábil de R$ 20 bilhões, acusado pelas Americanas na 4ª feira (11.jan), pode dobrar o montante das dívidas da empresa no curto prazo. Os débitos a vencer antecipadamente passariam a ser de R$ 40 bilhões por conta das revisões de valores e diposições financeiras constantes em balanços e na contabilidade em geral de anos anteriores, e às quais a empresa terá de proceder.  

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Segundo as Americanas, dados sobre o grau de endividamento da empresa e o disponível na retranca capital de giro serão reavaliados. Feitos os ajustes, abre-se a possibilidade de contratos serem descumpridos, o que permitiria aos credores exigir a antecipação dos pagamentos de dívidas em função dos rompimentos desses acordos. 

Tutela de Urgência

Para evitar os riscos de ver contas correntes e de investimento acessadas pelos credores para compensar as dívidas, as Americanas ingressaram com pedido de Tutela de Urgência Cautelar junto a 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. O pedido, acatado pelo juiz Paulo Assed Estefan na sexta-feira ( 13.jan), com base nos argumentos da empresa, considera o "risco de insolvência" da companhia, dado que "praticamente todos os contratos financeiros firmados pelo Grupo Empresarial possuem cláusulas de vencimento antecipado".

Neste sábado (14.jan), a Americanas divulgou a íntegra da decisão judicial, tornando públicos os detalhes do parecer sobre o pedido e, inclusive, revelando o valor de R$ 40 bi que, assim, consta oficialmente do processo na Justiça. A decisão menciona ainda ser "justificável o deferimento da medida, com vistas a evitar o exaurimento de todos os ativos da companhia, por credores altamente qualificados, em detrimento dos demais credores, e, principalmente, da própria manutenção da atividade econômica". Veja a íntegra do documento:

Ao acolher o pedido e conceder prazo de 30 dias para que a empresa decida se entrará com a Recuperação Judicial, o juiz responsável faz cessar, momentaneamente, os riscos calculados pelas Americanas em sua defesa. Inclusive as cláusulas contratuais que permitem a antecipação dos valores em aberto.

É um fôlego para a tomada de decisão da companhia de modo a evitar que ela quebre, já que barra bloqueios ou penhora de bens, e abre espaço para que a empresa fique sem pagar dívidas até se decidir pela recuperação judicial -- ou não.

Linha do tempo

A Americanas comunicou em Fato Relevante, na quarta-feira (11.jan), que havia identificado "inconsistências contábeis" em lançamentos de 2022 num volume total de R$ 20 bilhões. O mercado financeiro entendeu o recado, enxergou na divulgação a existência de um "rombo" financeiro e veio abaixo. Os papéis da companhia desabaram: a queda no dia seguinte, ao longo do pregão, chegou a passar de 80%.

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