Aluguéis tiveram o maior aumento dos últimos quatro anos em 2022
Preços subiram 8,25%; previsão é de que o reajuste seja menor em 2023
Victor Ferreira
Os preços dos aluguéis subiram mais 8% no ano passado, segundo a Fundação Getúlio Vargas. É o maior aumento dos últimos quatro anos, acima da inflação. A previsão é de que o reajuste seja menor em 2023, mas, ainda assim, preocupa quem tem orçamento apertado.
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Se já não bastasse o alto custo de vida em São Paulo, pagar aluguel virou uma dor de cabeça para a manicure Joelma de Jesus. O aumento foi de quase R$ 200. "Foi um susto, né, porque a gente não estava esperando que viesse tão alto", diz ela.
O reajuste no aluguel dela foi feito com base no IGPM, que acumula alta de 5,45% nos últimos 12 meses. Outro índice que também é usado para esse cálculo é o IPCA, que fechou o ano passado em 5,79%.
Se durante a pandemia muitos inquilinos e proprietários congelaram os contratos devido à crise econômica, 2022 registrou recorde nos reajustes. O índice de variação de aluguéis residenciais, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, teve aumento de 8,25%, o maior já registrado.
"O aquecimento da economia, a redução da taxa de desemprego, ajuda a explicar um pouco o aquecimento do mercado imobiliário, dado que o aluguel é uma despesa que onera muito o orçamento familiar", afirma o economista André Braz.
Outro fator que aquece a procura pelo aluguel são as altas de juros do financiamento imobiliário, o que fez com que muitas pessoas resolvessem esperar mais um pouco para adquirir um imóvel. enquanto não compram, recorrem à locação.
"Aqueles que têm urgência na demanda de uma nova moradia optaram por migrar para uma nova locação até a economia se estabilizar e as taxas possam ter uma retração para que eles possam voltar a procurar uma aquisição", afirma Carolina Buesso, diretora de uma imobiliária.
A previsão dos especialistas é de que o aumento do aluguel desacelere neste ano por causa da expectativa de baixo crescimento econômico. Ainda assim, a dona Joelma já pensa em alternativas: "se aumentar nós realmente vamos ter que mudar, não dá pra ficar do jeito que está".