Primeiro ano da pandemia fechou 106 mil empresas no comércio, diz IBGE
Em 2020 o setor perdeu 404 mil postos de trabalho se comparado ao ano anterior
O universo das empresas comerciais no Brasil acumulou, em 2020, R$ 4,3 trilhões de receita operacional líquida e gerou R$ 732,5 bilhões de valor adicionado bruto. A cifra é resultado da ação de 1,5 milhão de unidades comerciais em todo o país, que representam 1,3 milhão de empresas atuantes no setor. Estes dados fazem parte da Pesquisa Anual do Comércio 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram coletados em 2021 e divulgados agora, em 2022.
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Comparativo a 2019
Em relação ao ano de 2019, o comércio nacional perdeu 106,6 mil empresas durante 2020, que se caracteriza por ter sido o ano em que a pandemia de Covid-19 teve início.
Geração de receita operacional líquida
A maior parcela da receita operacional líquida foi gerada no comércio por atacado (47,4%); seguido do comércio varejista (43,9%); e do comércio de veículos, peças e motocicletas (8,7%).
Pessoal empregado e salários
As empresas do setor ocuparam um total de 9.788.081 pessoas em 2020. É um aumento de 195,5 mil pessoas empregadas no setor no período de 10 anos (base de comparação adotada na metodologia do (IBGE). A maioria dos trabalhadores vem do comércio varejista (73,7%), seguidos do comércio por atacado (17,8%) e do comércio de veículos, peças e motocicletas (8,5%). Na relação ano a ano, o comércio em 2020 - primeiro ano da pandemia de Covid-19 - apresentou perda de 404,1 mil pessoas ocupadas. O varejo liderou essas perdas, como menos 365,4 vagas (90,4%).
Das nove atividades que compreendem o segmento de comércio varejista, apenas o de hipermercados e supermercados (1,8 mil pessoas) e o de comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (318 pessoas) apresentaram incremento, ainda que discreto, no volume de mão-de-obra. O setor ocupou um total de 9,8 milhões de pessoas, que receberam R$ 241,6 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Comparando-se os resultados de dois anos atrás com os de 2011, a média de pessoas ocupadas subiu para sete, na fatia de comércio de veículos automotores. Eram seis em 2011. O salário médio mensal no mesmo grupo, no entanto, baixou para dois s.m. Em 2011 eram 2,4 s.m. O comércio por atacado viu a média de ocupados baixar para oito pessoas, contra nove de 2011. E o salário médio também se reduziu de 3,0 s.m. para 2,7s.m. No varejo, mais gente contratada há dois anos: 7 em média, contra 5 de 2011. O salário médio ficou igual: 1,6 s.m em 2020. Mesmo indicador de 2011.
Regionalmente
Em relação à participação regional, entre 2011 e 2020, o Sudeste perdeu participação como gerador de receita bruta. De 52,9% cedeu para 49,4%. Em contrapartida o centro-oeste cresceu, de 9,2% para 11,0%. E os estados do sul do país também saltaram, no caso, de 19,4% para 20,9%.
Caiu na rede
Segundo o IBGE, em 2020 havia mais do que o dobro de empresas vendendo pela internet, em relação a 2011: 56.788 há dois anos, contra 23.181 de 2011. Televendas também cresceu de 11.686 unidades para 27.205.