Após quatro altas consecutivas, confiança empresarial cai 0,3 ponto
"Suave demais", considera pesquisador do Índice de Confiança Empresarial
Pablo Valler
Após quatro altas seguidas, caiu o Índice de Confiança Empresarial (ICE) medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Julho teve queda de 0,3 ponto, levando o indicador a 98,5 pontos.
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Apesar disso, o ICE teve uma diminuição "suave demais para sinalizar uma mudança na tendência de alta iniciada em março", disse o superintendente de Estatísticas do Ibre/FGV, Aloisio Campelo Jr.
Para ele, mesmo assim, enquanto o ritmo parece inalterado no mês, há uma piora nas expectativas sobre os próximos seis meses por parte das empresas, o que pode acarretar desaceleração no último trimestre do ano.
"Entre os fatores que podem estar influenciando esta cautela estão o aperto monetário interno, as perspectivas de desaceleração da economia mundial e a baixa confiança do consumidor. No sentido contrário à média, o setor de serviços continua mostrando pujança e atinge o maior nível de confiança dos quatro grandes segmentos pesquisados, algo que não ocorria desde maio de 2012", disse, em nota.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,3 ponto, para 100,3 pontos, maior nível desde agosto de 2021 (100,5 pontos). O Índice de Expectativas (IE-E) recuou 2,1 pontos, para 97,6 pontos, menor nível desde abril deste ano (94,4 pontos).
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pelo Ibre/FGV: indústria, serviços, comércio e construção.
De acordo com o levantamento, em julho a confiança recuou em todos os setores que integram o ICE, exceto no segmento de serviços que manteve a boa fase com alta de 2 pontos da confiança.
"Na Indústria de Transformação e na Construção, a queda da confiança foi influenciada por uma piora significativa das expectativas, enquanto no comércio as avaliações foram menos favoráveis nas duas dimensões temporais da pesquisa. Com os resultados setoriais de julho, esta é a primeira vez que [o setor de] serviços registra o maior nível de confiança entre os setores, desde maio de 2012", informa o Ibre/FGV.
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