América Latina se manifesta contra protecionismo agrícola
Preocupação surgiu depois que a Índia proibiu exportações de grãos para suprir mercado local
Pablo Valler
A Organização Mundial do Comércio (OMC) deve receber, em breve, a primeira das manifestações que a América Latina prometeu fazer em favor de uma reforma nas regras do comércio agrícola. O movimento é uma reação às políticas protecionistas de alguns países na OMC que sugerem um retrocesso histórico na liberalização agrícola. Países como a Índia, por exemplo, ampliam suas exigências com proposta para um país poder exportar de governo a governo alimentos de seus estoques públicos, vendendo abaixo do preço mundial.
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São 16 países em acordo contra as posições protecionistas: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. O grupo que é responsável por 25% do comércio mundial.
No anúncio divulgado nesta 3ª feira (14.jun), ministros de relações exteriores mencionam impactos da pandemia e por conflitos armados, mudanças climáticas e desastres naturais. Eventos que aumentam a volatilidade dos preços de produtos agrícolas, insumos e combustíveis.
"Lamentamos que esses eventos tenham levado à escassez e ao aumento dos preços de insumos e fertilizantes em nossa região", cita o comunicado. "Instamos os membros com capacidade para fornecer esses produtos a manter e, se possível, aumentar sua disponibilidade, permitindo que nossos produtores agrícolas continuem a contribuir para a segurança alimentar e nutricional global."
"Estamos preocupados com a pressão que está sendo gerada nos mercados internacionais pela implementação de algumas políticas de emergência recentemente adotadas que criam distorções nos mercados globais, incluindo medidas pró-cíclicas de estocagem, bem como aquelas que injustificadamente dificultam ou restringem os fluxos comerciais", informa.
O grupo considera que o fortalecimento da implementação dos acordos relevantes da OMC terá um efeito positivo sobre o processo de recuperação da economia mundial.