Investimentos em empresas ESG crescem 98,7% no Banco do Brasil
Negócios que tem a sustentabilidade na agenda já são as mais procurados por investidores
A preocupação com a sustentabilidade do planeta, realmente, invadiu o mercado financeiro. Ficou evidente na primeira coletiva de imprensa presencial pós-pandemia do Banco do Brasil, promovida nesta quinta-feira (12.mai) em São Paulo (SP).
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A sigla ESG (inglês) ou ASG (português), que indica negócios que respeitam o meio ambiente, tem impacto social positivo e gestão humanizada, foi a linha de investimento com o maior crescimento do ano passado para cá. Na comparação entres os meses de março, alta de 98,7%. Mais de R$ 9,2 bilhões foram ofertados só em março desse ano. No mercado financeiro, a carteira de negócios considerados sustentáveis existem há 15 anos. Só que nunca chamaram tanta atenção como agora.
Outra prova disso está na bolsa de valores. Pela primeira vez, a B3 viu o seu indicador geral, o Ibovespa, crescer menos do que um indicador nichado. Desde que foi criado, em 2006, o Índice de Sustentabilidade (ISE) cresceu 276%. Nesse mesmo período, o Ibovespa avançou 255%. Desde que a covid-19 se espalhou pelo mundo, a discussão sobre nossa forma de viver também tomou proporções mundiais.
Tanto pela economia, que se mostrou mais frágil do que imaginávamos, com empresas falindo no primeiro mês de lockdown, quanto pela exploração dos recursos naturais, que revelou o novo coronavírus. Os índices já existentes e a criação de outros para mensurar o quanto as empresas são responsáveis, forçou empresários a adequarem os negócios. Ao mesmo tempo, garantiu que vale a pena investir nessas empresas, porque vão resistir melhor às crises e tem mais chances de prosperar no futuro.
Pronto, foi o suficiente para investidores mudaram suas rotas. "É que um caminho sustentável tem muito mais chances de levar o dinheiro a um destino seguro", analisa o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro. Além da linhas de investimentos, a Carteira de Negócios Sustentáveis da instituição movimentou R$ 289,4 bilhões no mês de março, aumento de 10,8% na comparação com o mesmo mês de 2021.
No início do ano, o Banco do Brasil criou ainda um Social Bond, para vender títulos de dívidas de empresas - como o nome diz - de cunho social. A captação de recursos já ultrapassa os R$ 2,5 milhões. Significa que, se há muito tempo esses empreendimentos esperavam pelo milagre da aparição de um investidor corajoso, interessado em recuperar contas negativas, agora elas estão entre aqueles negócios encarados pelos mais pacientes, porque o retorno pode demorar um pouco mais, entretanto, acontece. "A princípio, são papéis que podem render menos, mas o investidor que também está interessado em ser ASG, não se importa em receber um pouco menos no curto prazo", explica Fausto, dando a entender que no médio e no longo prazo esses negócio podem render igual o mais.
O Banco do Brasil também anunciou a criação da Cédula de Produto Rural - Preservação. Uma linha de crédito que leva em conta o quanto um negócio agro é sustentável antes de aprovar o financiamento. As condições de pagamento e as taxas devem ser mais atrativas para quem preserva o planeta para as próximas gerações.