Projeção da inflação de 2022 sobe de 4,9% para 5,6%
Preços nos mercados devem continuar em alta; combustíveis e energia elétrica também terão aumento
A previsão da inflação para o ano de 2022, antes prevista em 4,9%, subiu para 5,6%, percentual que supera o teto da meta antes estabelecido em 5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O dado foi divulgado nesta 3ª feira (22.fev) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Além disso, segundo os pesquisadores do Ipea, a nova aceleração dos preços do petróleo e o déficit maior nas empresas do setor elétrico sinalizam aumentos mais significativos das tarifas de energia e dos preços dos combustíveis, limitando ainda mais o processo de desinflação em 2022.
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A estimativa considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que serve para medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias.
A previsão anterior havia sido divulgada em dezembro de 2021. Segundo o Ipea, a revisão foi motivada por fatores que combinam: inflação corrente elevada, pressões persistentes de commodities, cadeias produtivas desreguladas e condições climáticas menos favoráveis para algumas culturas agrícolas neste início de ano.
No caso do IPCA, além de uma revisão mais abrangente dos preços dos alimentos e dos bens livres, com previsões que avançaram de 4,5% e 3,7% para 6,1% e 5,0%, respectivamente, a alta estimada para os preços monitorados passou de 5,4% para 6%. Ou seja, a expectativa é que os altos preços nos mercados continuem pesando no bolso do consumidor.
Por outro lado, no caso dos serviços livres e da educação, foram mantidas as estimativas de 5,2% e 7,9%, seguindo as condições utilizadas para a projeção anterior. Assim, para este ano, espera-se crescimento econômico moderado e recuperação gradual do mercado de trabalho, o que deve impedir uma retomada mais forte da demanda interna.
"Pelo lado da economia mundial, o agravamento das tensões entre Rússia e Ucrânia pode gerar uma alta mais acentuada das commodities, especialmente do petróleo e do gás; internamente, as incertezas em relação à política fiscal, que podem se intensificar devido às discussões inerentes ao processo eleitoral, podem ter impactos negativos na taxa de câmbio", pontuam os técnicos do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras e Marcelo Lima de Moraes.
Na análise publicada nesta 3ª feira (22.fev) os pesquisadores afirmam que não estão descartados riscos inflacionários adicionais.