Brasil é o principal parceiro de exportação para os Emirados Árabes
Produtos nacionais são destaque na Gulfood, em Dubai

Alessandra Bergmann
O ano de 2022, ainda pandêmico, tem cenário de otimismo no agronegócio brasileiro. Entre janeiro e novembro de 2021, as exportações do setor somaram US$ 110,70 bilhões - um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando também os resultados de 2019 e 2018, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O bom resultado no mercado internacional deve impulsionar os negócios neste ano.
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A expectativa é aumentar mais esse índice nos próximos 12 meses, conforme a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Alguns países despontam como negociadores, como a China, principal comprador, representando 35,17% das vendas internacionais do setor, seguida da União Europeia (UE), destino de 14,82%, e Estados Unidos, com parcela de 7,31% das exportações. O setor registrou ainda recordes de exportação de proteína animal, de frutas e de algodão. Os principais destinos foram os Emirados Árabes Unidos, com 6,9 mil toneladas exportadas, seguidos do Japão, que importou 1,1 mil toneladas, e Omã, com 408 toneladas.
Para o presidente do consulado brasileiro nos Emirados Árabes, Fernando Igreja, o potencial é grande para muitos outros mercados além dos 30% já escoados pelo porto de Jebel Ali, que além de atender os países árabes escoa a produção para os asiáticos, Golfo Pérsico e África Oriental. "Temos o caminho aberto não só para o agro, mas também para tecnologia e inovação, por exemplo", destacou Igreja.
As vendas internacionais das carnes brasileiras também foram aquecidas em 2021. A carne suína registrou aumento de 11% em volume exportado, em relação a 2020, marcando um novo recorde de 1,13 milhão de toneladas. Na exportação de carne de frango, o Brasil manteve seu posto de maior exportador do mundo e quebrou o próprio recorde ao exportar 4,6 milhões de toneladas, aumento de 9% em relação a 2020.
Na Gulfood, maior feira de comida e bebida dos Emirados Árabes, o estande de proteínas orquestrado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é o espaço preferido por muitos dos 4 mil visitantes diários. Eles degustam sabores de nossa terra, carne sustentável e de aves. Este ano, tendo a novidade do pato como proposta de exportação.
O valor do Brasil como parceiro de negócio aumentou depois que o mundo se preocupou com a segurança alimentar. O Brasil cumpre regras e protocolos, desde o tratamento de um terneiro até o frigorífico qualificado para exigências como a carne halal, exigida pelos muçulmanos.
Segundo o presidente da Abiec, Antônio Camardelli, 184 países já compram carne brasileira. "Temos a carne tipo exportação gourmet, ingredientes e para culinária aliada a sustentabilidade e garantia de segurança que tanto os Emirados Árabes priorizam". A participação na feira mostra que os caminhos estão abertos para o Brasil tornar-se potência em distribuição de alimentos para o mundo inteiro.