Copom prevê ajuste de 1,5 ponto da Selic na próxima reunião
Na semana passada, o comitê decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros para 7,75% a.a.
O Comitê de Política Monetária (Copom) informou em ata, divulgada nesta 4ª feira (3.nov), que na próxima reunião prevê outra alta da mesma magnitude da semana passada na taxa básica de juros (Selic), a principal ferramenta da autoridade monetária para o controle inflacionário. Na última semana, o colegiado decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,5 ponto, para 7,75% ao ano.
"Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária", destacou o texto.
Na ata, o colegiado afirmou que a conjuntura econômica do cenário exteno tem se tornado menos favorável, resultado da alta contínua da inflação e a reação dos bancos centrais. "O próximo ano deve ser caracterizado por menor crescimento, com a reversão dos impulsos fiscais e avanço nos processos de normalização da política monetária. Para as economias emergentes, essa combinação implica um cenário mais desafiador", destacou a ata.
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Em relação ao Brasil, a produção industrial e o comércio apresentaram resultados negativos e abaixo do esperados. No entanto, como enfatizou o texto, os setores de serviço mais atingidos pela pandemia continuam uma trajetória de recuperação robusta.
Para 2022, mesmo com o aperto das condições financeiras desestimulando a atividade econômica, o Copom prevê um crescimento beneficiados por três fatores: "a continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços; o desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa; e os resquícios do processo de normalização da economia conforme a crise sanitária arrefece", destacou o colegiado.
O Copom ainda avaliou a alta da inflação que segue elevada e, de acordo com o comitê, tem se mostrados mais persistente que o previsto. "A alta dos preços está mais disseminada e abrange também componentes mais associados à inflação subjacente. A alta nos preços dos bens industriais ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada. Além desses desenvolvimentos, desde a última reunião houve alta substancial dos preços internacionais de commodities energéticas, cujo impacto inflacionário é amplificado pela depreciação do real, sendo essa combinação o fator preponderante para a elevação das projeções de inflação do Comitê tanto para 2021 quanto para 2022", explicou o colegiado.