Efeitos da pandemia na economia poderão ser notados até 2050, diz estudo
Principais impactos sobre o PIB no longo prazo seriam percebidos no Amazonas, Acre e Rondônia
Efeitos da pandemia de covid-19 sobre a economia do Brasil poderão ser percebidos até 2050, segundo análise feita pelos pesquisadores da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e da Rede Vírus MCTI, divulgada nesta 3ª feira (19.out) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A projeção foi realizada por meio de modelos de equilíbrio geral computável, que usam dados econômicos reais para estimar como a economia pode reagir a fatores externos.
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Entre as informações consideradas para a análise, estiveram os registros de mortes por covid divulgados pelo Ministério da Saúde em 2020 e no início de 2021, números referentes ao rendimento médio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios COVID19 (PNAD COVID19) e parâmetros médios de expectativa de vida, por região e grupos etários, o que possibilitou estimar a perda potencial de renda e de consumo no ciclo de vida das pessoas que morreram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus.
De acordo com o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG Edson Domigues, coordenador do grupo de pesquisadores, os efeitos de longo prazo da pandemia incluem "o impacto sobre emprego e mercado de trabalho e o das próprias fatalidades sobre consumo e geração de renda". Ainda em suas palavras, "no futuro, haverá menos pessoas consumindo, gerando renda. O horizonte de análise indica que, no longo prazo, impactos econômicos diversos serão causados pela redução da população. O próprio emprego, que é afetado no curto prazo, gera efeitos no longo prazo".
O estudo acrescenta que a perda potencial de consumo foi mais elevada em 2021, por causa da quantidade de óbitos mais acentuada, e que ela é condicionada pelo perfil etário das mortes e características da expectativa de vida média por estado. Dessa forma, em 2050, os principais impactos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo seriam observados no Amazonas (-1,38%), Acre (-1,35%), Rondônia (-1,20%) e Roraima (-1,10%).
Por outro lado, Pará (+0,34%), Tocantins (+0,28%), Piauí (+0,14%), Maranhão (+0,12%), Minas Gerais (+0,09%) e Espírito Santo (+0,03%) seriam os mais rápidos a se recuperar no longo prazo. Segundo os pesquisadres, no estados mais atingidos pela covid, as infraestruturas de saúde foram afetas e, no futuro, atender demandas ocasionadas pelas sequelas provocadas pela doença gerará outros custos econômicos.
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