Aneel recomenda "evitar banho demorado" para economizar energia
Governo anunciou criação de uma nova bandeira tarifária -- acima da vermelha -- para reduzir consumo

SBT News
Durante anúncio de medidas do governo federal para conter o uso de energia elétrica -- como a criação de uma nova bandeira tarifária e de um programa de bonificação para quem economizar --, nesta 3ª feira (31.ago), o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, deu recomendações para reduzir o consumo. Entre elas, a de "evitar banho demorado". Apesar da similaridade com o cenário enfrentado pelo país no começo do século, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, minimizou o risco de um novo apagão.
"Para economizar, nós temos diversas medidas. São três os vilões da economia, se assim a gente pode rotulá-los. O primeiro é o chuveiro elétrico. Então, a recomendação que a gente faz é evitar banho demorado, é fechar a torneira enquanto se ensaboa, é sempre que possível ajustar a temperatura para a posição verão. Se estiver na posição inverno, o consumo é 30% maior", declarou Pepitone.
Os outros dois "vilões" citados pelo diretor da Aneel são o ferro de passar roupas e o ar-condicionado. Para o primeiro, as recomendações são juntar o maior número de roupas possível e usar o ferro já desligado para passar peças mais leves. Em relação ao segundo, a orientação foram escolher um aparelho adequado para o tamanho do ambiente, fazer a limpeza regular do filtro e regular a temperatura.
Medidas
O governo anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária para a energia elétrica. Chamada de "bandeira escassez hídrica", ela terá custo de R$ 14,20 por quilowatt/hora consumido, valor 49,6% maior que a bandeira vermelha patamar 2 -- a mais alta até o momento --, cujo custo é de R$ 9,49. A nova bandeira começa a vigorar nesta 4ª feira (1º.set) e segue até abril de 2022.
Outra iniciativa anunciada para tentar conter o consumo de energia elétrica foi um programa de redução voluntária, que prevê uma bonificação aos consumidores que reduzirem o uso. O desconto será de R$ 50 a cada 100kWh reduzidos. Para conseguir o benefício, é necessário reduzir ao menos 10% da conta de luz. A bonificação é limitada a 20% de redução.
Apesar das medidas, o ministro Bento Albuquerque minimizou o risco de apagão no país. "Todos os cenários que nós possuímos e modelos computacionais que utilizamos indicam que temos a oferta suficiente para a demanda do sistema", disse.
Ainda segundo Albuquerque, "as medidas adotadas estão surtindo o efeito que se espera", mas "ainda não nos levam a uma situação de normalidade ou conforto". "Por isso estamos adotando todas essas demandas."