Banco Central eleva previsão da inflação de 2021 para 5%
O crescimento da economia caiu de 3,8% para 3,6%, segundo o relatório trimestral
O Banco Central divulgou nesta 5ª feira (25.mar) o Relatório Trimestral da inflação. A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi reduzida de 3,8% para 3,6% e a previsão da inflação subiu de 3,4% para 5% neste ano.
Segurar os preços em tempos de ociosidade na economia mundial é um dos grandes desafios. Segundo o relatório do BC, a recuperação econômica mundial ao longo do ano deve ser mais robusta, repercutindo os novos estímulos fiscais em alguns países desenvolvidos e o avanço da implementação dos programas de imunização contra a Covid-19.
"A comunicação de diversos bancos centrais sinalizam que os estímulos monetários terão longa duração, em cenário de ociosidade na economia mundial. No entanto, alguns mercados apresentam aumento na volatilidade em ambiente de maior risco inflacionário nas principais economias. A evolução desse processo de reprecificação de importantes ativos financeiros pode tornar o ambiente para as economias emergentes mas a inflação ao consumidor situou-se acima do esperado no trimestre encerrado em fevereiro, explicada, principalmente, pela elevação no preço de commodities internacionais em moeda local, especialmente através de seus efeitos sobre os preços dos combustíveis".
O Banco Central também se preocupa com a pandemia. e com as incertezas sobre a disponibilidade de vacinas para a imunização em massa para que haja recuperação econômica. Os preços do petróleo também estão no radar.
"No curto prazo, a volatilidade de preços de ativos pode se intensificar em um cenário de divergência na recuperação das economias centrais. Por outro lado, a perspectiva de retomada da confiança dos consumidores e uma recuperação consistente do setor de serviços ainda em 2021 oferece viés positivo para a demanda externa nas economias centrais, embora aumente a pressão sobre custos de fretes no comércio internacional e riscos de desabastecimentos localizados".
A autoridade monetária também destaca a importância das reformas como "ajustes necessários na economia brasileira".
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