Parceria Flamengo com o BRB alcança mais de 77 mil contas no banco digital
Em 3 meses, o banco expandiu e tem correntistas nos 5 continentes e metade das cidades do Brasil, com o Nação BRB + Fla
entrevista Debora Bergamasco com presidente BRB Paulo Henrique Costa
Débora Bergamasco
• Atualizado em
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Prestes a completar dois anos à frente do BRB (Banco de Brasília), o presidente Paulo Henrique Costa dá sequência a um plano de expansão digital da instituição financeira. Em entrevista ao SBT News, ele fez um balanço sobre a parceria com o Flamengo no lançamento do Nação BRB + Fla. E rebate as críticas de não apoiar pequenos times de futebol masculino de Brasília da série D argumentando que os clubes têm dificuldade de apresentar a documentação necessária para receber patrocínio.
Se a parceria com o Flamengo continuar rendendo bons frutos, Costa diz que a ideia é que, ao final da prorrogação de contrato, em cinco anos, o banco digital dos flamenguistas seja uma subsidiária - e que pode ter o seu próprio IPO (oferta inicial de ações na Bolsa de valores). A seguir, trechos da entrevista.
SBT News: A opção de fazer parceria com o Flamengo gerou críticas. Por que o BRB decidiu fazer uma parceria com um time nacional? Paulo Henrique Costa: Somos um banco originalmente de Brasília mas que, para crescer, precisa ganhar outros estados, ganhar clientes em outras regiões. Para que esse movimento fosse feito, nós precisávamos de um parceiro que tivesse um grande público espalhado em todos os estados da Federação e que a gente pudesse, a partir da associação de marcas e de um conjunto de produtos e serviços, crescer nesses outros estados. E com pouco mais de três meses de lançado, podemos dizer que estamos alcançando esses objetivos. Foram 77,5 mil contas criadas, presença em 25 países, 5 continentes e contas em metade dos municípios brasileiros. Ou seja, nossa estratégia de expansão, de crescimento, está a pleno vapor.
Quais os resultados com essa parceria com o Flamengo?
Vamos anunciar uma plataforma de investimento vermelho e preta, em que os clientes do banco do Flamengo vão poder investir seus recursos em CDBs, fundos de investimentos. O retorno financeiro leva um tempo, como qualquer investimento. Temos 77,5 mil contas abertas em pouco mais de 3 meses de banco lançado, temos mais de 20 mil cartões de créditos, 50 mil cartões de débito e a tendência é que essa plataforma vá se consolidando. Ao longo de 5 anos - três anos do contrato original, mais dois anos de possibilidade de renovação -, nós esperamos chegar a 1,5 milhão de clientes. E isso, provavelmente, vai virar uma subsidiária e o contrato tem previsão de que a gente venha fazer o IPO desse novo banco, ao final de cinco anos, que é o prazo contratual.
Por que o Banco de Brasília não está ajudando, por exemplo, o Brasiliense, o Gama, que são times pequenos de Brasília, assim como o banco, e que precisam de ajuda?
As pessoas precisam entender que são plataformas diferentes. O que nós fizemos com o Flamengo foi um acordo comercial e estratégico para o lançamento de um banco digital. Não tem nada com patrocínio. Isso reforça a estratégia do BRB no mundo digital e em outros estados.
Mas foram mais de R$ 30 milhões em garantias ao Flamengo.
A gente tem um modelo de divisão de resultados e que garante uma rentabilidade mínima. Nós esperamos ganhar muito mais dinheiro do que isso. A conversa com os times locais é diferente, é uma conversa de patrocínio especificamente. Nós já somos o maior patrocinador do esporte e da cultura no Distrito Federal. O BRB tem uma tradição de patrocínio aos times locais muito grande, com o Cerrado, o Brasília Basquete, o Minas, time de futebol feminino da série A, com o Brasília Vôlei e com o Candangão. O que nós fizemos foi ampliar, agora, criando uma plataforma de financiamento ao futebol e reconhecendo a característica de cada um dos times locais. Os times brasilienses da série D terão acesso, sim, a patrocínio, desde que cumpram as exigências mínimas de documentação. É uma exigência legal, como uma instituição pública, existem certidões, como do INSS, do FGTS que precisam ser fornecidas pelos times. A gente vai adorar ter a marca estampada na camisa dos times de Brasília.
Eles têm dificuldades em conseguir essa documentação?
Essa é a razão pela qual a gente ainda não fechou o patrocínio com eles.
Vocês vislumbram alguma possibilidade de parceria com outro time, como, por exemplo, o Corinthians?
Nesse momento, estamos muito focados com a parceria com o Flamengo. A gente criou um banco novo, praticamente do zero, requer um esforço e uma dedicação muito grande. Logo logo, talvez, a gente possa discutir com outros parceiros um avanço relativo a esses outros clubes.
Por que tomaram a decisão de expandir o BRB?
O negócio bancário precisa de diversificação - ou seja, presença em vários produtos, com tipos de clientes diferenciados, em regiões diferentes. Porque às vezes a economia de um estado está melhor, em outros momentos está pior. Às vezes um produto é mais competitivo, em outros momentos ele é menos. Diluindo, assim, os negócios do banco. A vocação é de ser um banco público, um agente de fomento completo, preocupado em gerar impacto nas diversas sociedades em que ele atua, ou seja, como instituição pública, gerar emprego, renda, ter presença em vários lugares. Então, a parceria com o Consórcio Brasil Central - que trata essencialmente de alguns estados do Centro-oeste, do Norte e do Nordeste - e com o consórcio do Nordeste, que cobre os 9 estados do Nordeste, são uma oportunidade do BRB, seguindo essa estratégia de diversificação; de não ser só o banco da pessoa física ou do empresário, mas também o banco desses estados, levando financiamento de obras de infraestrutura, levando programas sociais.
O senhor pegou o banco em um momento difícil, em que o BRB estava nas páginas policiais por denúncias de corrupção (com a deflagração da operação Circus Máximus). Quais medidas foram tomadas na área de combate à corrupção?
Procuramos identificar quais as áreas e pessoas envolvidas. Nos habilitamos junto ao Ministério Público e à Justiça como assistentes de acusação e iniciamos uma investigação forense, para procurar delimitar e entender quais eram as áreas ou os negócios do banco que tinham sido envolvidos na operação Circus Máximus. Depois, lançamos um programa de integridade, definindo com clareza um conjunto de ações, comportamentos, valores que precisavam ser seguidos pelos empregados. Por exemplo: nenhum empregado do banco pode ter uma reunião com fornecedor sem a presença de outros empregados, sem que se tenha um registro dessa reunião, com assinatura de presença de todos os participantes. Fixamos um valor limite de brindes que podem ser aceitos, definimos em um manual de conduta quais são as punições previstas para cada tipo de conduta. Criamos uma corregedoria para que analise essas situações e faça uma avaliação isenta e independente sobre possíveis desvios de condutas ou suspeitas de desvio de conduta. Revisão de controles internos. Para que tenhamos garantias de que situações como essas não se repitam.
O senhor afirmaria hoje que não existe corrupção no BRB?
Nós fizemos um trabalho enorme de busca, levantamento e de criação de mecanismos para evitar que situações que essas se repitam. A gente precisa continuar diuturnamente trabalhando, visando a fortalecer sistemas, modelos, manuais, para que não aconteça. Se, eventualmente, identificarmos alguma coisa, as providências cabíveis serão tomadas.
A corregedoria já instaurou algum processo administrativo contra algum funcionário desde que o senhor assumiu, há quase dois anos?
Nós temos hoje mais de 40 processos novos em andamento na corregedoria, que foi instaurada em setembro deste ano, herdando processos que já estavam na auditoria. Nós trouxemos uma pessoa de fora, um agente da Polícia Federal que tem uma expertise em combate à corrupção e lavagem de dinheiro para que possamos avançar vários passos de uma maneira rápida. É importante que eles aconteçam e, até como uma ação educativa, que esses casos sejam divulgados internamente.
Setor imobiliário
O Banco Central já deu sinais de que pode aumentar no ano que vem a taxa Selic, que hoje está em 2%, a menor da série histórica iniciada em 1996. Dependendo da evolução do percentual, os bancos podem rever os juros praticados atualmente, incluindo os de crédito imobiliário. Por isso, o presidente do banco BRB, Paulo Henrique Costa, disse em entrevista ao SBT News que agora é um bom momento para comprar um imóvel.
Para o ano que vem, é possível ter taxas melhores para crédito imobiliário e microcrédito?
Hoje as taxas de credito imobiliário estão nos níveis mais baixos da história. O BRB trabalha com 6,25% +TR ou 2,90% + IPCA, com taxas de consignado de 0,85%, são taxas muito baixas. Quando a gente olha o próprio comunicado do Banco Central há uma expectativa de que haja aumento de Selic ao longo do ano que vem. A depender do nível de aumento da Selic, pode ser que as taxas bancárias também aumentem. Temos um momento histórico que precisa ser acompanhado. Quem quer tomar decisões importantes como a compra da casa própria esse é um belo momento para fazer.
Quem não é funcionário público consegue essas taxas?
Consegue, sim. os clientes que buscarem o BRB e trouxerem seu relacionamento para o banco consegue essa taxa de 6,25%. (corta) 37 Em cada uma das taxas dos outros bancos é preciso ver se elas realmente estão acessíveis a todos.
Essa taxa vale só para novos contratos ou para renegociação e migração?
Ela é válida também para portabilidade. Ela está disponível a todos, desde que tragam o relacionamento para o banco. Abra conta, traga seu salário e não precisa ser funcionário pública.