Gordon Parks no Instituto Moreira Salles: exposição gratuita celebra o mestre da fotografia e do ativismo negro
Mostra em São Paulo reúne 200 obras, filmes e registros do artista que transformou a fotografia e o olhar sobre a população negra

Paula Rodrigues
O Instituto Moreira Salles (IMS Paulista) recebe a exposição Gordon Parks: a América sou eu, uma das principais mostras de fotografia em São Paulo e a maior retrospectiva do artista já realizada na América Latina.
Gratuita e aberta ao público, a exposição apresenta a obra de Gordon Parks (1912–2006), ícone da fotografia documental e do ativismo negro, que retratou com sensibilidade o cotidiano da população negra nos Estados Unidos, a luta pelos direitos civis e a força da cultura afro-americana.
Uma imersão na fotografia e uma luta por igualdade

Artista transformou a fotografia em ferramenta de mudança
Com curadoria de Janaina Damaceno e Iliriana Fontoura Rodrigues, a mostra ocupa dois andares do IMS e exibe mais de 200 fotografias, além de filmes, publicações e depoimentos.
Entre as obras em destaque estão retratos históricos de Malcolm X, Martin Luther King Jr. e Muhammad Ali, e séries icônicas como De volta a Fort Scott (1950) e Histórias da segregação no sul (1956), produzidas para a revista Life.
A mostra é realizada em parceria com a Fundação Gordon Parks, que detém o acervo do artista, e reforça o compromisso do IMS com a valorização da fotografia e das narrativas negras na arte.
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Gordon Parks além da fotografia
Parks foi fotógrafo, cineasta, músico e poeta. Sua produção uniu arte e ativismo, revelando histórias de resistência, afeto e dignidade. O título da exposição vem de um texto publicado na revista Life em 1968, onde o fotógrafo escreveu:
“Eu também sou a América. Ela me concedeu a única vida que tenho, então devo compartilhá-la em sua luta.”

A passagem de Gordon Parks pelo Brasil
A retrospectiva traz ainda o olhar de Parks sobre o Brasil. Em 1961, o fotógrafo veio ao Rio de Janeiro e registrou a rotina da família Da Silva, moradora de uma favela carioca.
Essas imagens, além do curta Flavio (1964), um dos primeiros filmes dirigidos por um homem negro no Brasil, fazem parte da mostra, revelando a conexão de Parks com o país e sua visão global sobre desigualdade e humanidade.
QUANDO: até 1º de março de 2026 HORÁRIO: de terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h Última entrada: 30 minutos antes do fechamento ONDE: Instituto Moreis Salles Paulista - Av. Paulista, 2424 - São Paulo (7º e 8º andares) ENTRADA: gratuita (sem necessidade de agendamento) Clique aqui para mais informações