Polícia

Skunk: droga potente aparece em apreensões em todo o país

Especialistas alertam para efeitos mais intensos e risco maior de dependência

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Uma droga mais forte, mais cara e que tem aparecido cada vez mais nas apreensões pelo país. No ano passado, foram apreendidas mais de 480 toneladas de maconha e derivados, um aumento de 16% em relação a 2023, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O skunk é uma versão muito mais potente da droga. Diferentemente da maconha comum, essa droga passa por um processo mais sofisticado e é mais difícil de ser rastreada. A “super maconha” é produzida de maneira controlada, com fertilizantes e manipulação genética para aumentar o efeito alucinógeno.

+ Polícia Civil desmonta central de montagem ilegal de celulares na Santa Ifigênia (SP) A substância que provoca esse efeito é o THC, ou tetrahidrocanabinol, segundo explica um toxicologista que trabalha em um laboratório em Sorocaba, interior de São Paulo.

“A maconha normal que a gente trata é a Cannabis sativa, a espécie, e ela possui uma concentração de THC menor, de 2 a 5% de THC, e canabidiol também. A skunk é uma planta que foi modificada geneticamente por cruzações com algumas espécies e ela possui uma concentração maior, principalmente de THC”, explica Glayson Leonardo Bispo, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da DB Toxicologia.

Os efeitos são bem mais intensos. Enquanto na maconha natural há efeitos como euforia e alteração da percepção geoespacial e temporal, a skunk pode causar psicoses, paranoias e o risco de dependência é maior do que o da planta natural.

Segundo o diretor do Departamento de Investigações sobre Entorpecentes do Estado de São Paulo, tanto o consumo quanto as operações e o combate ao tráfico de maconha cresceram bastante em todo o país. De acordo com ele, a fonte da droga está no Nordeste. “O Nordeste, de uma maneira geral, Pernambuco, Bahia, tem produzido muito skunk”, afirmou.

Apreensões

No último fim de semana, o motorista de um caminhão foi preso em flagrante na rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais, com 138 quilos de skunk. Segundo a polícia, a droga veio da Bahia e estava sendo monitorada; a apreensão foi na zona Norte da capital paulista. Em Belém, cães localizaram quase meia tonelada de skunk escondida em uma carga de amortecedores vinda de Manaus, em agosto deste ano. E, nesta segunda-feira (20), 138 quilos da droga foram encontrados em um bairro de Macapá; uma parte estava enterrada. Segundo as investigações, o skunk veio da região de Cauca, na Colômbia. Um suporte de metralhadora .50, um fuzil e munição também foram apreendidos. Segundo a polícia, o material pertencia a uma facção criminosa. Para o delegado, a explicação para o interesse dos criminosos é simples: “É mais caro do que a maconha, mais de 10 vezes, e o volume dele é menor, então, consequentemente, compensa mais traficar o skunk do que a maconha.”

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