CPMI do 8/1 ouve nesta terça Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Militar foi convocado após Polícia Federal encontrar mensagens de teor golpista trocadas por Cid com militares
SBT News
A CPI mista do 8 de Janeiro ouve, nesta 3ª feira (4.jul), o depoimento do ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid. O militar está preso desde 3 de maio, após a Polícia Federal identificar esquema de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19.
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Cid está obrigado a prestar depoimento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), conforme decidiu a ministra Cármen Lúcia. No entanto, é assegurado ao militar o direito de permanecer em silêncio sobre questionamentos que possam o incriminar.
A convocação de Cid decorreu de mensagens obtidas, em perícia feita pela PF, com teor golpista. Os parlamentares querem saber se o ajudante de ordens do ex-presidente agiu como mentor intelectual dos atos antidemocráticos registrados no segundo domingo do ano.
As mensagens foram trocadas pelo tenente-coronel com outro militar, o ex-subchefe do Estado-Maior do Exército Jean Lawand Júnior, que depôs ao colegiado na última semana. Na ocasião, negou ter defendido uma intervenção das Forças Armandas na Justiça Eleitoral.
"Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento quis atentar ou agredir as instituições", afirmou aos parlamentares. "A ideia minha desde o começo era que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal", continuou.
A fala, no entanto, não encontra respaldo no conteúdo apreendido pela Polícia Federal no celular de Mauro Cid. Os investigadores encontraram uma mensagem de Lawand ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em defesa de um golpe de Estado.
"Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele (Bolsonaro) dê a ordem, que o povo está com ele (...) Acaba com o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo", dizia o texto enviado ao tenente-coronel.