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Congresso

Nova composição do Senado pode ser empecilho para recondução de Pacheco

Nova legislatura terá mais senadores com perfil ideológico à direita; especialista explica

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Nova composição do Senado pode ser empecilho para recondução de Pacheco
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Na 4ª feira (1º.fev), os 513 deputados federais e os 27 senadores da República recém-eleitos serão empossados. No mesmo dia, o Legislativo também abrirá as disputas pelos comandos das duas Casas. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), são candidatos à reeleição. Se por um lado, a recondução de Lira parece garantida na Câmara, por outro, no Senado, o cenário está dividido. Uma das dificuldades que Pacheco encontrará para alcançar a reeleição é a nova composição da Casa que, agora, tem maioria de senadores com viés ideológico mais à direita. 

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"Nós estamos passando por um momento de mudança de dinâmica no Senado, por isso que o Pacheco tem mais dificuldade. Em 2018, ele ainda contava com algumas figuras históricas, do centro do Senado e também de quem tivesse um pouco mais à oposição do governo Jair Bolsonaro. Então, foi mais fácil articular", explica Tiago Valenciano, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep). "E agora, em 2022, novos personagens entrarão em cena. Com um novo jogo político e com vários senadores mais à direita. Por isso que a candidatura do [Rogério] Marinho cresceu tanto assim nos últimos dias, ainda que o Pacheco seja levemente favorito para ser reeleito", diz.

No sábado (28.jan), o Partido Liberal (PL), o Progressistas (PP) e o Republicanos formalizaram apoio ao nome do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) para presidência do Senado Federal. A aliança entre as siglas havia sido adiantada por Marinho na última 5ª feira (26.jan), que espera ao menos 23 votos na disputa contra Pacheco e Eduardo Girão (Podemos-CE). Isso porque, com a nova legislatura, o PL conta com 13 senadores, o PP com seis e o Republicanos com quatro.

Para ser eleito presidente do Senado, são necessários ao menos 41 votos favoráveis. A possível eleição de Marinho seria vista como um entrave para a governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma vez que a Casa seria presidida pela oposição.

"Então, é primordial e fundamental que o Lula consiga vencer a eleição no Senado via Pacheco, exatamente porque o Pacheco vai conseguir fazer a ponte mais equilibrada na presidência do Senado do que o seu principal opositor, caso do Marinho, que ganhou força na candidatura nos últimos dias", disse Valenciano, em entrevista ao programa Agenda do Poder, do SBT News, nesta 2ª feira (30.jan).

"É mais ou menos isso o presidente da República está combinando com os parlamentos no Brasil. A ideia de manter o Pacheco é  conseguir manter essa estabilidade, essa tranquilidade para conseguir passar pautas importantes daqui pra frente, porque a gente sabe que o Poder Legislativo do Brasil sempre dá a palavra final. Porém, para que essa palavra final seja satisfatória em prol do governo, é preciso ter articulação", ressalta o cientista político. 

O Partido Liberal (PL), do ex presidente Jair Bolsonaro, teve o melhor desempenho nas eleições e será a maior bancada do Congresso Nacional, a partir de 2023. Para a Câmara, a legenda conseguiu eleger 99 deputados federais e se torna a maior bancada da Casa em 24 anos. No Senado, a sigla vai ocupar 13 cadeiras. O resultado do PL foi de 8 eleitos, com isso, a bancada terá cinco senadores a mais do que na última formação. 

"Por isso que a eleição do Pacheco, nesse momento, é fundamental para a sobrevivência política mais tranquila, para navegar com águas mais calmas do presidente Lula. Caso Marinho seja eleito, aí sim, a gente vai ter um mar um pouco mais turbulento", arremata Valenciano. 

Assista à entrevista na íntegra:

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