CPI da Covid pode pedir indiciamento do ministro Paulo Guedes
Randolfe falou sobre o tema antes do início da sessão; Renan afirmou que segue o desejo da maioria
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pode solicitar o indicamento do ministro da Economia, Paulo Guedes. "Talvez tenha razão de encontrar até mais indiciamentos do que 11. O próprio relator Renan disse que é um trabalho conjunto. Temos outras contribuições. Tem um texto do senador Alessandro, que traz inclusive novos indiciados, que não estão no texto do senador Renan, que é o caso, por exemplo, do ministro Paulo Guedes", disse Randolfe, antes do início da sessão da CPI da Covid.
Randolfe, ainda afirmou que as divergências dos membros da comissão são sobre a forma, não sobre o conteúdo do texto. "Algo que foi construído sobre o cimento da memória de 600 mil compatriatos que perderam a vida, dessa enorme tragédia que assolou os brasileiros. Incômodos sobre não ter acesso são legítimos. Se dividir na votação final, dar a esse momento a chancela aqueles que serão indiciados é inaceitável", falou o vice-presidente da CPI, senador Randolfe.
Antes do início dos trabalhos desta 2ª feira (18.out) da comissão, o senador Humberto Costa (PT-PE) criticou o vazamento do relatório, mas concluiu dizendo que o texto vai ser discutido pelos senadores. "O relatório saiu para a imprensa e muitas das coisas que precisariamos discutir com uma certa cautela, inclusive para evitar qualquer questionamento não aconteceu. Não tô fazendo crítica, querendo colocar qualquer fogo onde já há muito fogo. Creio que há como superar esse problema. Essa CPI já passou por momentos extremamente difíceis", afirmou. O senador confirmou também a reunião com integrantes do G7 da comissão para a discussão do relatório nesta 2ª feira (18.out), às 16h.
O relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) lamentou também o vazamento das informações e disse que vai ouvir a maioria dos senadores. "É o meu ponto de vista, vou defendê-lo a partir de tudo que se investigou. Eu lamentei o vazamento, mas acho até que foi bom. Porque publicamente vai ensejar o debate e as pessoas vão ver quem defende o que, então até que foi bom. [...] É um grupo heterogêneo, processo legislativo só caminha pela maioria. Meu propósito é de acolher sempre a maioria. Sem debate fica difícil construir", ressaltou.
Renan comentou também sobre o capítulo das mulheres, já incluso no relatório preliminar, e que foi coordenado pelas senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA). "Nós já incluímos, em homenagem a participação delas e das mulheres, que foram as grandes vítimas da pandemia e foram importantíssimas na construção da investigação. Esse capítulo é talvez o ponto mais forte do relatório, que não é do relator, é da maioria da comissão. Eu fiquei muito feliz em incluir as sugestões das senadoras", finalizou o relator. A leitura do relatório está programada para a próxima 4ª feira (20.out) e a votação para 26.out.