Respostas pouco objetivas de ministro geram bate-boca na CPI da Covid
Parlamentares alegam que ministro da Saúde está se esquivando das perguntas sobre ações do governo
Gabriela Vinhal
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), e o presidente, Omar Aziz (PSD-AM), cobraram do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, respostas mais objetivas durante depoimento ao colegiado.
O médico foi convocado como testemunha e, portanto, tem que responder a todas as perguntas e garantir a veracidade das informações. Por ser relator, Renan foi o primeiro a fazer questionamentos.
"Não tem esse negócio de dizer e jogar para terceiros. Os senadores têm feito perguntas objetivas e o senhor está tratando de questões de municípios, de não sei o que e tal. O senador Renan fez perguntas simples: 'Faltou o que?' Não faltou o dinheiro. Faltou lockdown, faltou o que? Você está aqui como testemunha, estou aqui pra lhe preservar. Não é achismo. É sim ou não", disse Omar a Queiroga.
Bate-boca
Após perguntar se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria pedido ao ministro para reduzir o número de entrevistas, senadores governistas iniciaram um bate-boca com Renan e com o vice-presidente da comissão, o líder da oposição na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
"Se quiserem gritar me avisem que eu paro. Todo dia isso aqui não dá. Todo dia não dá", afirmou Renan. "Quer pegar o lugar do relator, homem? Isso é uma obstrução dos trabalhos em curso", disse Randolfe ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).
"Chegou ontem (Fernando Bezerra) e já está assim", criticou Renan. Bezerra foi incluído como suplente da CPI na 4ª feira (5.mai), na vaga do Democratas, no luga do senador Zequinha de Marinho (PSC-PA).