Liminar impede Renan Calheiros de ser relator da CPI da Covid
Justiça Federal acolheu pedido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) sobre o caso
A Justiça Federal de Brasília decidiu, em caráter liminar, que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) não poderá ser o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investigará a conduta do governo federal no combate à pandemia. O colegiado será instalado na 3ª feira (27.abr), às 10h, no Senado.
A ação popular foi ajuizada pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que trabalhava para afastar Renan do cargo, por ser um forte crítico ao governo. "Ainda há esperança na Justiça deste país", disse Carla ao SBT News.
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Segundo o juiz Charles Renaud Frazão de Moraes, o senador não poderia ser relator da CPI por ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) e assim "evitar prejuízo para o desenvolvimento dos trabalhos" do colegiado e "à própria atividade parlamentar do senador demandado".
Para o Executivo, o ideal seria que o relator da CPI fosse um senador alinhado com o governo federal. O nome defendido pelo Palácio do Planalto é o do líder do DEM na Casa, Marcos Rogério (RO).
Um acordo entre os membros havia sido firmado na semana passada para que Renan fosse o relator e Omar Aziz, senador independente, fosse o presidente do colegiado. O líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de criação da CPI, seria o vice-presidente.
Além da decisão contra Renan, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) estica a corda para depor Aziz do cargo. Mesmo com o consenso, o parlamentar irá se candidatar e, caso seja eleita, já afirmou que indicará Rogério para relatar o caso.