União Brasil defende ministro das Comunicações e irmã, alvos da PF
Partido divulgou nota de apoio a Juscelino Filho, que teve bens bloqueados por supostas fraudes e desvios na Codevasf
O União Brasil defendeu o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em nota divulgada neste sábado (2.set), um dia após a Operação Benesse da Polícia Federal fazer buscas em endereços da família, no Maranhão, em investigações sobre fraudes em contratos e desvios de recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
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"Temos uma investigação ainda em fase de inquérito, com enúncias e indícios que ainda não foram devidamente apurados, e cuja falta de evidências serviram de embasamento para que se negasse, por exemplo, mandados de busca e apreensão contra a pessoa do ministro Juscelino", diz a nota do União Brasil, partido do ministro.
Juscelino Filho e a irmã Luanna Bringel Rezende Alves são investigados pela PF. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de buscas em endereços do ministro, mas determinou o bloqueio de quase R$ 1 milhão em suas contas. Contra a irmã, que é prefeita de Vitorino Freire (MA), houve buscas e apreensões e ela foi afastada do cargo. Ambos negam crimes.
A nota do União Brasil fala em "criminalização da atividade política. "Há algum tempo, enfrentamos uma situação desfavorável de criminalização da atividade política. Existe uma constante tentativa de relacionar atos normais da atividade parlamentar como a simples destinação de recursos para os municípios, como atos de corrupção."
Orçamento secreto
Juscelino Filho é suspeito de ter direcionado verbas do chamado "orçamento secreto", que teriam beneficiado uma construtora de um amigo.
A PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na Operação Benesse, em Vitorino Freire, em São Luís e Bacabal, na 6ª feira (1.set). Entre eles, em endereços da irmã de Juscelino Filho, Luanna Bringel Rezende Alves. Ela foi afastada do cargo por ordem do STF.
Segundo as investigações uma das irregularidades seria o direcionamento de contratos e verbas, que teria resultado no asfaltamento pela Codevasf de uma estrada que passa em uma fazenda da família do ministro, no Maranhão.
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Na nota, o União critica a divulgação das investigações. "Inicialmente, essas alegações são amplamente divulgadas nos meios de comunicação e nas redes sociais, criando uma atmosfera de acusação pública", diz a nota. "No entanto, quando as investigações subsequentes não encontram evidências de crime, má-fe ou corrupção, a divulgação da verdade é negligenciada ou minimizada."
A nota de apoio do União Brasil é assinada pelo líder do partido na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA), e o líder no Senado, senador Efraim Filho (PB).
Defesas
Por meio de nota, o ministro das Comunicações negou irregularidades. "Toda atuação de Juscelino Filho, como parlamentar e ministro, tem sido pautada pelo interesse público e atendimento da população. É importante ressaltar que Juscelino Filho não foi alvo de buscas e que o inquérito servirá justamente para esclarecer os fatos e demonstrar que não houve qualquer irregularidade. Emendas parlamentares, vale dizer, são instrumentos legítimos e democráticos do Congresso Nacional e Juscelino Filho segue à disposição, como sempre esteve, para prestar esclarecimentos às autoridades", informa a nota.
A Codevasf divulgou nota em que informa que "colabora" com as investigações, desde o início, e que demitiu um funcionário envolvido nas fraudes.
"Em atenção a informações veiculadas na manhã desta sexta-feira sobre a operação Benesse, da Polícia Federal, a Codevasf informa que colabora com o trabalho das autoridades desde a primeira fase da operação Odoacro, realizada em julho de 2022. No âmbito de apurações internas relacionadas às operações, a Codevasf demitiu um funcionário no mês de agosto após a conclusão de processo conduzido por sua Corregedoria. A Companhia mantém compromisso com a elucidação dos fatos e com a integridade de suas ações - e continuará a prover suporte integral ao trabalho das autoridades policiais e da Justiça", informa a nota da assessoria de comunicação da Codevasf.
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