Putin culpa Ocidente por fim do acordo de grãos no Mar Negro
Presidente russo disse que voltará com iniciativa apenas se países suspenderem sanções contra bancos
Camila Stucaluc
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a culpar o Ocidente pelo fim do acordo que permitia a exportação de grãos no Mar Negro. Em reunião transmitida na 4ª feira (19.jul), o líder afirmou que consideraria retomar o acordo caso os países cumprissem as exigências estabelecidas, como a remoção de sanções, mas que o Ocidente fracassou.
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"Apenas arrogância e imprudência. Promessas e conversas vazias. O Ocidente fez de tudo para atrapalhar o acordo de grãos, eles não pouparam esforços", disse Putin. "A continuação do negócio de grãos na forma em que existia perdeu todo o significado. É por isso que nos opomos à extensão desse suposto acordo", acrescentou.
O acordo de grãos foi suspenso pela Rússia na 2ª feira (17.jul). Em justificativa, o Kremlin alegou que as sanções impostas pelo Ocidente estão impactando as exportações agrícolas e exigiu a suspensão das restrições contra instituições financeiras russas, incluindo a retomada no sistema Swift - do qual foi banido logo após invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O Ocidente, por sua vez, garantiu que as sanções não englobam produtos acordados na iniciativa e que a Rússia está "dando desculpas" para não estender o acordo. O mesmo foi dito pelo diretor-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que, para tentar recuperar o acordo, está intermediando uma proposta para Moscou.
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"A iniciativa de grãos e o Memorando de Entendimento com a Rússia foram ?uma tábua? de salvação para a segurança alimentar global e um farol de esperança em um mundo conturbado. A participação nesses acordos é uma escolha. Mas as pessoas em dificuldades em todos os lugares e os países em desenvolvimento não têm escolha", disse Guterres.