Polícia cumpre mandados de busca e apreensão contra integrantes do PCC
Advogado de um dos traficantes deve ser indiciado por organização criminosa, sequestro e tortura
SBT News
Uma operação da polícia cumpriu nove mandados de busca e apreensão contra cinco suspeitos de fazer parte da maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Um dos alvos é o advogado do traficante Anderson Lacerda, conhecido como "Gordão", que está no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. O advogado deve ser indiciado por organização criminosa, sequestro e tortura.
Para a Polícia Civil, Marco Antônio de Souza Bento, conhecido como "Doutor Paçoca", era mais do que o defensor do narcotraficante Anderson Gordão. Imóveis do advogado foram vasculhados na operação. Ele obedecia ordens do traficante que iam muito além da atuação em processos judiciais.
"Um deles, inclusive que pensamos que era apenas advogado do narcotraficante, revelou ser parte da quadrilha e pasmem, participou e executou um sequestro a mando do líder do bando", diz o delegado Luiz Romani.
Anderson Gordão, que dizia ser um adorador do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, foi preso em setembro do ano passado, em Poá, na Grande São Paulo. O advogado, que agora é investigado, esteve na delegacia no dia da prisão.
Anderson Gordão chegou a ter um zoológico particular, assim como Pablo Escobar. Segundo a polícia, ele abriu clínicas dentárias pra lavar o dinheiro do tráfico.
As provas de que o advogado atravessou e muito a linha do crime, foram encontradas, segundo policiais, em telefones celulares apreendidos quando Gordão foi preso. Uma das torturas contra desafetos do narcotraficante foi filmada.
O homem teria desviado dinheiro do narcotraficante. Primeiro, ele foi sequestrado e levado para uma casa, em Porto Feliz, interior do estado. O imóvel é do advogado.
Em seguida, a vítima foi levada para um sítio, na mesma cidade, e que também é do defensor. Lá, o castigo foi aplicado e filmado pra prestar contas. Foram alguns minutos de espancamento pra que a vítima confessasse a suposta traição.
A polícia deve indiciar o defensor por sequestro, tortura e organização criminosa. Motos e carros de luxo foram apreendidos pela polícia, mas ao final da operação, o advogado foi liberado.
O advogado não quis gravar entrevista com a nossa reportagem.
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