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PCC recebia armas de máfia italiana como pagamento por remessas de cocaína

Investigação mostra a associação entre o crime organizado brasileiro e o europeu

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polícia
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Uma operação de um consórcio de polícias europeias prendeu mais de 100 pessoas ligadas à máfia italiana. A investigação mostra a associação entre o crime organizado do Brasil e o da Europa.

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Segundo autoridades brasileiras, a 'Ndrangheta é uma espécie de sócia da maior facção criminosa brasileira, o PCC, e fornece inclusive armas como forma de pagamento das remessas de cocaína ao continente europeu.

Na operação contra o tráfico internacional de drogas, 132 pessoas foram presas, segundo a Europol. Mais de 2.700 policiais de oito países participaram da ação. A maior parte dos presos estava na Itália e na Alemanha.

A operação, que recebeu o nome de Eureka, teve como alvo a 'Ndrangueta, a violenta máfia da Calábria, no sul da Itália. O grupo se associou à facção brasileira primeiro comando da capital, o PCC, na compra e venda da cocaína que sai dos países produtores na América do Sul, passa pelo Brasil e é distribuída na Europa.

"O PCC tem feito essas associações, principalmente com a 'Ndrangheta, já há alguns anos. A droga é comprada pelo PCC nos países produtores Colômbia, Peru, Bolívia, e o PCC se encarrega de colocar essa droga nos navios nos aviões", afirma Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do Gaeco.

Segundo a Europol, o mafioso italiano Rocco Morabito, que foi preso em um resort de luxo na Paraíba, em 2021, negociou uma entrega de armamento de guerra para o PCC como forma de pagamento pela cocaína. Morabito foi extraditado para a Itália em julho do ano passado.

A operação não teve a participação direta das autoridades brasileiras, apesar de boa parte da droga ter saído do país. Para o Ministério Público de São Paulo, este é mais um sinal de que a forma de combate à facção Primeiro Comando da Capital precisa mudar.

"Precisa sim ter uma efetiva colaboração com países da Europa e dos Estados Unidos, que inclusive incluiu o PCC em uma lista, considerando o PCC uma organização de risco para os Estados Unidos, como são os cartéis mexicanos, Al-Qaeda, etc. Nós já estamos perdendo muito tempo nesse combate", diz o promotor Lincoln Gakiya.

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